Em recado a Bolsonaro, Fachin diz que vai combater “populismo autoritário”
Foto: Reprodução
Em entrevista ao Estadão, Edson Fachin, ministro do Supremo e futuro presidente do TSE, mandou alguns recados ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O magistrado está a uma semana de assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Ele afirmou que a corte terá como uma de suas prioridades enfrentar as ameaças do “populismo autoritário”.
LEIA MAIS:
1 – Encontro de Bolsonaro com ministros do STF teve um momento constrangedor
2 – TSE fecha cerco contra fake news e faz acordo com plataformas
3 – TSE não teve coragem de cassar Bolsonaro por medo de conflito
“Ditadura nunca mais”
Fachin disse ainda que “os males da democracia devem ser resolvidos dentro da democracia”, se posicionando contra as investidas golpistas do chefe do Executivo. “Ditadura nunca mais”, reforçou o ministro.
“Ditadura nunca mais. Os males da democracia devem ser resolvidos dentro da democracia. (A Constituição) desenhou um arcabouço que, no meu modo de ver, pode sofrer turbulências, mas será mais firme do que qualquer populismo autoritário que tente gerar a ruína, a diluição do regime democrático do Brasil”, declarou.
Em reunião da transição da gestão do ministro Luís Roberto Barroso para a sua, Fachin já demonstrou disposição para enfrentar o aparelho de desinformação do governo Bolsonaro.
“Enfrentaremos distorções factuais e teorias conspiratórias às quais, somadas ao extremismo, intentam atingir o reconhecimento histórico e tradicional da Justiça Eleitoral”, disse ele.
‘Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers’, alerta Fachin
O ministro fez um alerta sobre ataques hackers contra a Justiça Eleitoral. Segundo ele esta ofensiva já está acontecendo.
“A preocupação com o ciberespaço se avolumou imensamente nos últimos meses. E eu posso dizer a vocês que a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers, não apenas de atividades de criminosos, mas também de países, tal como a Rússia, que não têm legislação adequada de controle”, disse Fachin.
Sobre o Telegram, ele ressaltou que ainda vai aguardar uma posição do Congresso para restringir a atuação de redes sociais que não têm representantes no País. O aplicativo de mensagens não respondeu a vários contatos feitos pelo TSE.
Depois da Maria do BBB 22, quem deveria ser o próximo expulso?
— DCM ONLINE (@DCM_online) February 15, 2022