Fakhoury, empresário investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, pede que STF que restabeleça sigilo

Otávio Fakhoury, empresário bolsonarista, pediu ao ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), que restabeleça o sigilo do inquérito dos atos antidemocráticos.

LEIA – Investigado pelo STF, Otavio Fakhoury diz que ‘não há crime em escrever críticas sobre alguém’

Os advogados do empresário afirmam que a medida é necessária para ‘proteção da intimidade’. “Antes de instauração de Ação Penal, deve prevalecer a intimidade do investigado, que também é um valor constitucional”, argumenta a defesa. “Do contrário, passa a existir, conforme exposto, uma exposição midiática indevida e, principalmente, equivocada a respeito da vida pessoal e profissional do Peticionário, que passa a ser indevidamente associado a crimes, ainda que não se tenha constatado em momento algum qualquer envolvimento na prática de ilícitos”.

LEIA MAIS – Relatório da PF diz que empresário bancou material de campanha de Bolsonaro sem declarar à Justiça Eleitoral 

Advogados de Fakhoury sugerem ainda a apuração de eventual vazamento de informações e peças processuais relacionadas ao inquérito. O ministro Moraes decidiu tornar o material público na última sexta-feira, 4, quando a Procuradoria Geral da República (PGR) pegou ministros do STF e investigadores de surpresa ao pedir o arquivamento das investigações em relação a parlamentares bolsonaristas. “O caso dos autos, embora a necessidade de cumprimento das numerosas diligências determinadas exigisse, a princípio, a imposição de sigilo à totalidade dos autos, é certo que, diante do relatório parcial apresentado pela autoridade policial – e com vista à Procuradoria Geral da República, desde 4/01/2021 – não há necessidade de manutenção da total restrição de publicidade”, escreveu o ministro. A decisão serviu para evidenciar o volume do material colhido pela Polícia Federal, que atinge até mesmo o coração do governo Bolsonaro

A documentação entregue ao STF pela delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro indica que Fakhoury bancou R$ 53 mil em material para campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018.

Esses gastos não constam na declaração à Justiça Eleitoral. Fakhoury afirma que as despesas não foram comunicadas a Bolsonaro ou à equipe de campanha dele por não se tratarem de doação eleitoral.

Com informações do Estado de S.Paulo.