General Heleno culpa militares por situação na Amazônia: “Não teve o efeito que esperávamos”

General Augusto Heleno, ministro do GSI de Bolsonaro, finalmente reconheceu que os militares falharam na sua missão de combater delitos ambientais na Amazônia, diz Guilherme Amado no Metrópoles. Ele afirmou isso após o general Mourão, o vice, admitiu que também tem responsabilidade no caso.

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O que Heleno falou

A missão militar ocorreu entre o fim de 2020 e início de 2021.

Os militares ficaram 354 dias no Norte do país e, de acordo com o discurso oficial, tiveram êxito na sua missão.

Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência participou de uma palestra organizada pelo Instituto General Villas Bôas e falou sobre a Amazônia.

“Tivemos apoio muito grande de várias entidades, deslocamos tropa, polícia, pessoal do Ibama para área muito grande e não teve o efeito que esperávamos, mas aprendemos muito”.

A fala de Heleno é bem diferente da nota oficial publicada militares ao fim da operação Verde Brasil 2, como ela foi denominada.

“Ao longo de quase um ano, a presença permanente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica possibilitou a redução no desmatamento”, diz o texto de 30 de abril deste ano.

Além do titular do GSI, o vice-presidente da República e coordenador do CNAL (Conselho Nacional da Amazônia Legal), o general Hamilton Mourão, admitiu ter culpa no fracasso do combate ao desmatamento no Brasil.

“Se você quer um culpado, sou eu. Não vou dizer que foi ministro A, ministro B ou ministro C. Eu não consegui fazer a coordenação e a integração da forma que ela funcionasse”.

Falou isso depois da última reunião do CNAL de 2021, no Itamaraty, para jornalistas nesta terça-feira (23).

Dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostraram novo recorde de desmate para o mês de outubro na última semana.

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