“Cite um genocida brasileiro da atualidade”: deputado sugere questão para o Enem de Bolsonaro

Foto: AFP
Em meio aos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) propôs uma questão para a prova.
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Em Dubai, Bolsonaro afirmou na segunda (15) que vai interferir no vestibular. Segundo o mandatário, agora as questões “começam a ter a cara do governo”.
“O que eu considero muito também: começam agora a ter a cara do governo as questões da prova do Enem”, disse.
Em publicação nas redes, Padilha pediu para seus seguidores enviarem perguntas que poderiam ser incluídas no Enem de Bolsonaro.
A questão sugerida pelo parlamentar foi: “Cite um genocida brasileiro da atualidade”.
Mandem questões que têm a "cara do governo" e poderiam estar no ENEM
Eu: Cite um genocida brasileiro da atualidade.
— Alexandre Padilha (@padilhando) November 17, 2021
Governo Bolsonaro cortou questões do Enem
O governo Bolsonaro cortou questões do próximo Enem. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) passou a imprimir a prova previamente. O procedimento é inédito e não foi adotado em anos anteriores. Com isso, mais pessoas tiveram acesso ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) antes da aplicação.
Quem examinou a primeira versão foi o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, que está no cargo desde maio. 24 questões foram retiradas da prova após “leitura crítica”. Algumas dela foram consideradas “sensíveis”.
A retirada de questões da prova para deixá-la com a “cara” do governo, deixou o Enem descalibrado. O exame tem uma quantidade de questões consideradas fáceis, médias e difíceis. 13 das questões suprimidas foram reinseridas após constatar que houve mudanças no nível de dificuldade.
Segundo servidores, Danilo Dupas, atual presidente do instituto, deixou claro que a prova não poderia ter perguntas consideradas inadequadas pelo governo. A pressão é entendida por servidores como um assédio moral. Relatam ainda que a pressão atual já levou a autocensura dos grupos que escolhem as questões.