Golpista Cristovam Buarque admite que pagou “preço muito alto” por apoiar impeachment de Dilma

Foto: Pedro França/Agência Senado
O ex-senador Cristovam Buarque, um dos principais apoiadores do golpe contra a ex-presidente Dilma em 2016, falou à Carta Capital.
Ele afirma que o impeachment da petista não foi um fator determinante na vitória de Jair Bolsonaro em 2018, mas reconhece que pagou um preço alto por votar a favor do processo que tirou Dilma do poder.
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“Do ponto de vista lógico, de fato eu paguei um preço muito maior do que eu imaginava, com a própria eleição que perdi recentemente [concorreu ao Senado pelo DF em 2018], perdi amigos, eleitores, leitores e prestígio no exterior. Foi um custo muito alto. Eu não imaginava que seria tanto”, confessa.
Para Cristovam, porém, a eleição de Bolsonaro não é resultado do impeachment. Segundo ele, se Dilma tivesse continuado no poder, o atual presidente teria ainda mais votos do que teve.
“É difícil saber, mas não dá para dizer que o Bolsonaro é resultado do impeachment Foram três anos [até o Bolsonaro assumir]. A continuidade do governo Dilma, como parecia que seria, com erros na condução da política econômica, era capaz de fazer o Bolsonaro ter mais votos do que teve. Não foi o impeachment, foi a incapacidade de reorganização das forças após o afastamento e talvez também o fato do vice escolhido pelo PT tenha sido o Temer”, afirma.