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Entregue à iniciativa privada, Ibirapuera vai cobrar para permitir prática esportiva

Veja Parque Ibirapuera
Parque Ibirapuera. Foto: Jorge Araujo/FotosPublicas

Da coluna de Demétrio Vechhioli

Um dos principais locais de prática esportiva da cidade de São Paulo, o Parque do Ibirapuera vai passar a cobrar para permitir que professores e treinadores esportivos trabalhem com grupos de atletas no local. Quem quiser correr com assessoria ou fazer uma aula semanal de yoga, por exemplo, terá de pagar uma taxa para a empresa privada que ganhou a concessão do espaço. A discussão é como será feita essa cobrança, e qual será o valor.

Cerca de 60 integrantes da Associação dos Treinadores de Corrida do Estado de São Paulo (ATC) que dão treinos no Parque do Ibirapuera se reúnem hoje (15) para discutir quanto aceitam pagar à concessionária para utilizar o local. A entidade calcula que pelo menos 6 mil pessoas correm lá regulamente sob a orientação de treinadores —ou, como se diz no meio da corrida, de assessorias.

“Tem grupos que utilizam o Ibira para prática esportiva remunerada. Isso precisa ser reequacionado. Você pode ir correr com seu personal sem pagar nada, ou um dia levar sua turma de yoga para usar o parque. Mas se dá aula toda sexta-feira, às 18 horas, em um mesmo espaço específico, que precisa ser desocupado, esse professor usa o Ibirapuera comercialmente. A gente está falando de empresas que utilizam o parque como sede dos seus negócios”, justifica Samuel Lloyd, diretor da concessionária Urbia Parques. (…)

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Empresa barrou fotógrafo no Ibirapuera e disse que parque “agora é privado”

O fotógrafo Flavio Veloso relatou ter sido abordado por seguranças do parque Ibirapuera durante passeio com a família em julho.

Morador de Florianópolis (SC), ele estava em São Paulo a passeio e fez uma visita ao local.

“Fui [ao Ibirapuera] para fotografar, para desestressar. Quando estava terminando o passeio, os primeiros seguranças me abordaram. Viram o equipamento grande, que eles dizem que é profissional, e vieram questionar se eu tinha autorização”, contou Veloso à Folha de S.Paulo.

“Eu, muito educadamente, falei que não tinha autorização porque não precisava, estava ao ar livre fotografando o parque. O segurança disse: ‘Isso aqui não é mais um parque público, foi privatizado’”, completou o fotógrafo.

Flavio disse que a Guarda Civil Metropolitana foi chamada pelos seguranças, mas que seguiu fazendo os registros.

Ao chegarem ao Ibirapuera, no entanto, os policiais não o abordaram, e Flavio foi embora com sua família.