Milton Ribeiro manteve esquema com pastores, mesmo após denúncia

O ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, ignorou uma denúncia de propina envolvendo o pastor Arilton Moura e continuou destinando verbas a prefeitos indicados pelo líder religioso. A informação é da Folha de S. Paulo.
Para tentar se defender depois que a Folha revelou uma gravação em que o ministro afirma priorizar pedidos intermediados pelos pastores Arilton e Gilmar dos Santos, Milton Ribeiro disse em entrevistas que proibiu a presença de Arilton no MEC, o que não condiz com a informação mais recente.
Registros da sua agenda oficial mostram que ele recebeu em seu gabinete pelo menos três prefeitos acompanhados por Arilton. Em seguida, foram destinadas verbas e desbloqueadas ações para favorecer os municípios. Um dos prefeitos, inclusive, confirmou que houve pedido de 1 kg de ouro como propina por um dos pastores para a liberação de verba, de acordo com informação do jornal O Estado de S. Paulo.
Milton Ribeiro afirma, nos áudios que foram tornados públicos, que atendia um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), que supostamente o havia solicitado para priorizar amigos do pastor Gilmar.
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Milton Ribeiro admitiu ter tomado conhecimento da denúncia
O ministro da Educação admitiu, na quarta-feira (23), em entrevista à CNN Brasil, que ouviu “um comentário” sobre suspeitos referentes ao pastor Arilton Moura em agosto de 2021.
Em seguida, ele afirma ter recebido uma denúncia anônima sobre “uma possível prática” de intermediação de verbas. Ele disse que levou o caso à CGU. Em entrevista à TV Record, Milton Ribeiro diz que chegou a proibir Arilton de ir ao Ministério da Educação, no entanto, admitiu ter o recebido “uma ou duas vezes depois da denúncia”.
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