Miriam Leitão culpa PT pelo “desastre” econômico de 2016 e omite a Lava Jato com Moro

Em sua coluna no Globo, Miriam Leitão comentou sobre os economistas dos pré-candidatos presidenciais que escreveram sobre seus projetos para a Folha de S.Paulo. Só para variar, Miriam culpou o PT e esqueceu de seus amigos lavajatistas.
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O que Miriam Leitão escreveu?
Ela bate direto no PT:
“O ex-ministro Guido Mantega define a política econômica do PT como social-desenvolvimentismo, e a ela creditou todos os méritos. Os problemas que o Brasil vive seriam todos culpa do ‘neoliberalismo anacrônico’. Um dos problemas do artigo é a marcação do tempo. Para ele, os governos do PT vão de 2003 a 2014, tempo em que o país cresceu 3,5% ao ano e o desemprego caiu a 6%. O terrível ano de 2015 sumiu da História. Nele, o PIB caiu 3,5%, a inflação disparou e o desemprego subiu. Depois veio o ano de 2016 em que o partido ainda estava no poder até maio. Quem acompanhou aquele tempo sabe que erros sucessivos levaram ao desastre, que custou 7% do PIB. É cômodo apagar fatos da história, mas o correto seria explicar como foi que caímos no buraco econômico ao fim daquela administração.
O PT teve muitos méritos. E errou muito. Fez por anos a melhor política ambiental que o país já teve, mas fez Belo Monte, um elefante branco agressor da floresta e dos povos indígenas. Acumulou reservas cambiais que até hoje são a garantia do país nas crises internacionais, mas em nome do ‘desenvolvimentismo’ privilegiou alguns grupos econômicos. Um partido de esquerda que eleva o volume de subsídios ao capital precisa repensar seus caminhos”.
E só consegue escrever isso sobre Moro, seu amigo (ou seria ex?) da Lava Jato:
“Affonso Celso Pastore escreve sobre o pensamento econômico de Sergio Moro, do Podemos. Pastore vai além dos temas monetários, que sempre foram seu foco, avisa que o mundo ‘já abandonou o mito do estado mínimo’ e diz que a ‘responsabilidade fiscal é apenas condição necessária’. Defende políticas de combate à pobreza e proteção ambiental. Elas são boas, só não parecem com o candidato. Moro aderiu a um governo que já entrou ofendendo os pobres e prometendo destruir o meio ambiente”.
Miriam acoberta a Lava Jato, o golpe e a quebradeira generalizada
Para variar, nenhuma linha Miriam Leitão dedicou ao estudo do Dieese analisando o impacto negativo da Lava Jato para a economia do país.
O estudo aponta que R$ 172,2 bilhões deixaram de ser investidos de 2014 e 2017 (período que engloba parte do governo Temer e antes do golpe contra Dilma).
Focado na Petrobras e no setor da construção, o levantamento mapeia obras afetadas na construção civil e valores não investidos pela estatal.
Como resultado dessa desgraceira que a decana do Globo acoberta, cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos, como consequência da operação. Do total, 1,1 milhão só no setor da construção civil.