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Moro diz que Bolsonaro “comemorou quando Lula foi solto”

Jair Bolsonaro e Sergio Moro
Jair Bolsonaro e Sergio Moro.
Foto: Adriano Machado/Reuters

Em entrevista à Jovem Pan do Paraná, nesta quinta-feira (2), o pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) disse que o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) comemorou a soltura do ex-presidente Lula (PT) em 2019.

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Após 580 dias na cadeia, Lula foi solto em novembro daquele ano após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que pôs fim à prisão em segunda instância. Ele havia sido preso por decisão de Moro, quando era o juiz da Operação Lava Jato.

“O presidente não fez nada [para reverter a decisão do STF]. E, na verdade, o que a gente sabia é que o Planalto, o presidente comemorou quando o Lula foi solto em 2019 porque ele entendia que aquilo beneficiava ele literalmente. Então, ele não trabalhou para manter a execução em segunda instância”, afirmou o marreco de Maringá, que era ministro da Justiça quando isso teria acontecido.

Ainda magoado com Bolsonaro, Moro disse na mesma entrevista que começou a ser “sabotado” pelo presidente, o que causou sua saída do governo. Segundo ele, Bolsonaro boicotou todas as suas ações no Ministério e não cumpriu com a sua palavra de que ninguém, mesmo membros do governo, seriam poupados de investigação e de fortalecer o combate à corrupção.

“Ele não fez nada disso. Ao contrário, começou a sabotar o que eu fazia. Até que chegou em um momento que eu simplesmente saio [da pasta]”, declarou.

Moro não quer mais ser candidato da 3ª via e luta por outro apelido

Moro se consolidou como o principal nome da terceira via, mas ele quer outro apelido. O ex-ministro da Justiça avisou para aliados que não quer ser visto como uma alternativa paralela ao bolsonarismo e ao petismo. Seu objetivo é ter um único inimigo e vai destacar isso a partir de agora.

Conforme apurou o DCM, o ex-juiz quer ser colocado como o candidato “anti-Lula”. Só que aliados são contrários a isso. Isto porque, numa guerra narrativa sobre o tema, Bolsoanro se sairia melhor. Na opinião dos interlocutores, Moro necessita bater em ambos os lados.

“Tentar rivalizar só com o Lula não vai funcionar, porque Bolsonaro tem um discurso muito mais radical. Ele jamais chamaria o ex-presidente de ‘nove dedos’. Ou de ‘ex-presidiário’. O atual presidente não só chamaria, como já chama. Isso faz o eleitor médio de direita embarcar. Moro precisa bater nos dois lados”, falou um aliado.

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