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Mourão estava com Barroso na hora do desfile militar e garantiu que ‘não haverá golpe’

Enquanto Bolsonaro acompanhava tanqueciata, Mourão tentava conter a crise
Bolsonaro e Mourão

Enquanto Jair Bolsonaro acompanhava o desfile militar na rampa do Palácio do Planalto, Hamilton Mourão tentava conter a crise.

No dia em que a “tanqueciata” acontecia, o vice-presidente se reuniu com Luis Roberto Barroso, segundo o Estadão.

Questionado se os militares embarcariam na aventura golpista, Mourão garantiu que não haverá golpe.

Ele disse que a chance de ruptura institucional é “zero”.

Mesmo aliviado, Barroso afirmou que estava perplexo com os ataques do presidente.

Ele foi chamado de “imbecil”, “idiota” e “filho da puta” pelo presidente.

E também soube que Bolsonaro planejava fazer voos rasantes com jatos da FAB (Força Aérea Brasileira) sobre o prédio do Supremo.

Apesar da garantia de Mourão, militares são uma incógnita

Antes do vice-presidente se reunir com o magistrado, um outro representante das Forças Armadas tentou dialogar com a Corte.

No início do mês, o comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., procurou Gilmar Mendes.

Em almoço, ele prometeu ao ministro que os militares não embarcariam no golpismo de Bolsonaro.

O encontro, claro, foi criticado por militares, que veem o magistrado como “persona non grata”.

O papel das Forças Armadas na possibilidade de ruptura institucional é uma certa incógnita.

Ao mesmo tempo que alguns representantes tentam pacificar a situação, outros esticam a corda.

É o caso de Walter Braga Netto, ministro da Defesa, que recentemente ameaçou dar golpe caso o voto impresso não fosse aprovado.

Ele enviou um interlocutor a Arthur Lira para dizer que, sem a medida não haveria eleição em 2022.

O desfile militar da última terça (10), segundo assessores do presidente, foi usado para intimidar o Judiciário.

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