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Orçamento Secreto gerou crise entre chefia e delegados da PF

Paulo Maiurino, o diretor-geral da PF
Paulo Maiurino, o diretor-geral da PF. Foto: Reprodução

O Orçamento Secreto gerou crise na Polícia Federal (PF). O Serviço de Inquéritos que investiga autoridades com foro privilegiado, o SINQ, trocou seis de seus oito delegados nos últimos quatro meses. As trocas se deram após uma sequência de disputas do destino de inquéritos. A origem da debandada é uma crise sobre o mecanismo usado por Jair Bolsonaro e Arthur Lira para comprar votos.

No final de maio, delegados foram informados sobre possíveis irregularidades na aplicação das “emendas do relator”. Na ocasião, funcionários da CGU (Controladoria-Geral da União) procuraram colegas da PF para marcar reunião. Auditores disseram ter identificado indícios de recursos e queriam traçar estratégia de apuração.

Após saber da agenda, o diretor-geral da corporação, Paulo Maiurino, mandou cancelar o encontro. No lugar, mandou o diretor de combate ao crime organizado, Luiz Zampronha, que marcou reunião com o secretário de combate a corrupção e a chefia do CGU. O grupo procurado, do SINQ, só teve um representante na reunião, o chefe, Leopoldo Soares Lacerda.

Os delegados só souberam que a reunião ocorreu depois, pelos mesmos auditores. Lacerda então levou os servidores do CGU para reunião com a equipe, mas foi dito que as suspeitas já haviam sido rechaçadas. Os delegados protestaram, alegando que não se poderia descartar suspeitas sem investigação.

Após a reunião, divergências entre delegados que investigam autoridades com foro no Supremo se acumularam e eles foram sendo substituídos.

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Outros inquéritos geraram conflitos internos na PF

Um caso que intensificou a crise na PF foi o inquérito contra Ricardo Salles. Apesar de Cármen Lúcia ter mandado o inquérito no dia 2 de junho, ele só foi aberto no dia 23, data em que Salles deixou a pasta. Como ele não tinha foro privilegiado, o inquérito foi enviado para a primeira instância sem movimentação. Os policiais do SINQ alegam, nos bastidores, que a demora foi proposital.

Em julho, o inquérito sobre a interferência de Jair Bolsonaro na corporação também causou conflito na chefia. A motivação eram as diligências pedidas pelo delegado Felipe Legal. Ele foi afastado em agosto por Alexandre de Moraes.

No caso do Orçamento Secreto, o próprio ministro-chefe da CGU, Wagner Rosário, disse eu outubro que o órgão tinha “vários casos” sendo investigados sobre as emendas.

A informação é da coluna de Malu Gaspar no Globo.

 

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