Pacote de estímulo bilionário de Bolsonaro deve gerar inflação, dizem especialistas
Pacote de medidas de estímulo anunciado pelo governo Bolsonaro deve representar um alívio para as pessoas beneficiadas, mas tem poucas chances de fazer engrenar a atividade econômica, segundo economistas consultados pelo jornal O Globo.
De acordo com eles, mesmo que se cumpra a estimativa oficial de injeção de R$ 150 bilhões na economia, os estímulos devem ter efeito de curto prazo. Esse pacote vem em resposta ao baixo crescimento esperado para este ano, de eleições, estimado pelo mercado em 0,49%.
O caso da antecipação do décimo terceiro de aposentados e pensionistas do INSS, que nas contas do governo colocará R$ 50 bilhões nas mãos dos brasileiros entre abril e maio, é um exemplo do alcance limitado das medidas anunciadas. Não é muito diferente com a liberação de saques de até R$ 1 mil no FGTS, de acordo com especialistas consultados.
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Efeito do pacote de Bolsonaro pode acabar em maio
Além de não fazer a economia engrenar, a coordenadora do curso de Economia do Insper, Juliana Inhasz, receia pelo efeito rebote das medidas anunciadas agora. O soluço provocado no consumo, na visão dela, já terá se esvaído em maio, e “em junho o governo já terá de tirar outro coelho da cartola”, às vésperas das eleições.
Já para Walter Franco, professor de Macroeconomia do Ibmec, as medidas têm valor simbólico relevante, até por terem sido anunciadas no dia seguinte à elevação da taxa básica de juros para 11,75% ao ano pelo Banco Central (BC), o maior patamar em cinco anos. Porém ele concorda que o efeito sobre a atividade econômica se dará no curto prazo. Franco, no entanto, reconhece que a ajuda vem em boa hora para a população.