Pastor é acusado de pedir propina em ouro para liberar dinheiro no MEC

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Pastor evangélico responsável pelo gabinete paralelo dentro do Ministério da Educação (MEC) cobrava propina em dinheiro e até em barras de ouro para liberarem recursos direcionados a investimento em educação, segundo acusação. Os líderes religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura são indicações do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e foram empossados através de “pedido especial” do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a denúncia feita por Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luis Domingues (MA), Arilton Moura pediu R$ 15 mil para protocolar demandas do município. Além do dinheiro, o evangélico solicitou um pagamento antecipado feito em mais de um quilo de ouro.
As negociações aconteceram em abril do ano passado, em Brasília, logo após uma reunião com o ministro da Educação. A reunião fazia parte da agenda ministerial, e foi solicitada pelo pastor. “Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar. E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto, X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, comentou Braga.
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MEC até o momento não falou sobre a denúncia
De acordo com Gilberto Braga, tudo acontecia de forma aberta, sem receios de suspeitarem das negociações. “Era um papo muito aberto. O negócio estava tão normal lá, que ele não pediu segredo, ele falou no meio de todo mundo. Inclusive, tinha outros prefeitos do Pará”, disse ele sobre o encontro.
A reunião foi confirmada através de registros feito pelo prefeito na ocasião. Ainda segundo o político, Moura não fazia questão de evitar algum tipo de exposição: “Ele deu até a conta dele. Deixamos as demandas na mão dele e ele deu a conta para a gente”, informou o líder maranhense. Até o momento o MEC não se pronunciou sobre as denúncias.