Paulo Guedes defendeu exclusão de taxa de paraíso fiscal do IR
O ministro Paulo Guedes foi um grande defensor em retirar do projeto de lei do Imposto de Renda a regra que tributaria recursos de brasileiros em paraísos fiscais. Tudo isso ocorreu em julho. Na época, ele relatou que a discussão iria complicar o debate sobre o texto.
“Ah, ‘porque tem que pegar as offshores’ e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra”, afirmou Guedes na ocasião. A declaração ocorreu em evento organizado ela CNI e Febraban. As informações são da Folha de S. Paulo.
O ministro bolsonarista ainda chegou a falar que sua defesa era para a retomada econômica. “Não vamos botar em risco a retomada do crescimento econômico sustentável, que é o que está acontecendo”, declarou.
“Eu sou um democrata, estou tentando ajudar. Não deu, vamos esperar a próxima, fazer outro dia, outra chance, no futuro, talvez, quem sabe”, completou.
No domingo (3), foi descoberto que ele, sua esposa e sua filha são acionistas de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal. Os documentos foram revelados pelas reportagens do Pandora Papers. O trabalho de revelação foi feito pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
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Paulo Guedes se defendeu
Paulo Guedes se defendeu através de nota emitida pelo Ministério da Economia. A pasta afirmou que “toda a atuação privada do Ministro Paulo Guedes. Anterior à investidura no cargo de ministro, foi devidamente declarada à Receita Federal. Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes, o que inclui a sua participação societária na empresa mencionada”.
“As informações foram prestadas no momento da posse, no início do governo, em 2019. Sua atuação sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela responsabilidade. Desde que assumiu o cargo de Ministro da Economia, Paulo Guedes se desvinculou de toda a sua atuação no mercado privado, nos termos exigidos pela Comissão de Ética Pública, respeitando integralmente a legislação aplicada aos servidores públicos e ocupantes de cargos em comissão”, completou.