Apoie o DCM

Como os votos de PDT e PSB podem facilitar reeleição de Bolsonaro

Arthur Lira e parlamentares na Câmara
Votação da PEC dos precatórios na Câmara.

Da coluna de Guilherme Amado

A aprovação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios não teria passado sem os dez votos de deputados do PSB e 15 do PDT, na noite desta quarta-feira (4/11).

É só fazer a conta. O governo teve 312 votos, quando precisaria de 308. Sem esses 25 votos, seriam 287 e a PEC morreria na praia. Como sobreviveu, Bolsonaro agora está mais perto de conquistar alguns marcos importantes na sua caminhada para ser reeleito em 2 de outubro de 2022.

A PEC dos Precatórios cria um limite anual para o pagamento das dívidas do governo com pessoas e empresas que ganharam ações na Justiça. Na prática, é um calote em quem está há anos esperando receber algo que é seu por direito.

Isso libera orçamento para o governo viabilizar o Auxílio Brasil, programa social que vai substituir o Bolsa Família, e garante que Bolsonaro continue a torrar bilhões com emendas pelas quais tem comprado apoio político. Também assegura, por exemplo, que militares, outra base de sustentação importante do governo, continuem a ser favorecidos no orçamento.

Em resumo, ao aprovar o calote, deputados do PDT e do PSB deram um cheque gordo para Bolsonaro trabalhar para ser reeleito. A ironia da coisa é que o pedetista Ciro Gomes badalava na campanha de 2018 que iria tirar o nome do brasileiro do SPC. Seu partido agora aprovou um calote, e não foi só nas costas de quem tem créditos a receber. (…)

x.x.x.x

Leia também:

1 – Partido de Ciro apoia PEC do calote é dá cheque em branco para populismo pré-eleitoral de Bolsonaro

2 – Às vésperas de evento de filiação, Moro sofre resistências no Podemos

3 – Rita Lisauskas recusa convite para trabalhar na Jovem Pan

Até Tabata Amaral votou contra PEC dos Precatórios

Ao contrário de seu ex-partido, Tabata Amaral votou contra a PEC dos Precatórios. Ela foi um dos 144 votos contrários à medida. O PDT, por sua vez, somou 15 votos aos 312 que aprovaram a proposta na Câmara dos Deputados.

Pelo Twitter, a deputada se manifestou. “É uma gambiarra do governo para tentar garantir a reeleição. Falta decência para enfrentar os supersalários e pôr um fim ao toma lá dá cá de emendas em troca de apoio, para aí sim abrir espaço fiscal para a urgente ampliação de programas sociais”.

Tabata já votou pela Reforma da Previdência e pela privatização dos Correios, mas hoje não foi alvo de críticas por sua posição na Câmara.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link.

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link.