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Prefeito pau mandado de Temer impede aula pública de Boulos e Manuela em parque de SP

Ricardo Nunes
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Foto: Divulgação

A Prefeitura de São Paulo está sendo acusada de impedir uma aula pública que seria dada pelo pré-candidato ao governo de SP pelo PSOL, Guilherme Boulos, e pela ex-deputada federal Manuela D’Ávila.

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O próprio Boulos fez a denúncia à colunista Mônica Bergamo, informando que a aula estava marcada para o sábado (11) no Parque Augusta, na região central da capital paulista.

“Não tem cabimento tentar vetar uma aula em um parque público. É flagrantemente ilegal”, disse o psolista à coluna.

Ele afirmou que a aula ocorrerá com ou sem autorização da prefeitura, que é comandada hoje por Ricardo Nunes (MDB), afiliado político do ex-presidente Michel Temer.

“Está mantido o evento, nós vamos fazer. Eles estão tentando vetar e o evento vai acontecer”, declarou.

Boulos diz que foi feito, no final de novembro, um pedido para realização da aula à Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, que até agora não respondeu. Parlamentares do PSOL afirmam ter informações de que a administração municipal estaria dificultando o evento.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente rebateu as acusações do psolista, alegando que só recebeu o pedido na segunda-feira (6), que faltaram detalhes sobre o evento proposto e que, para a mesma data, já está prevista a “Viradinha Cultural”, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura.

“De acordo com a Portaria SVMA/69/2020, no artigo 9º, na programação geral dos parques, é necessário evitar coincidência de datas e/ou conflitos com outras atividades para o local pretendido. É importante ressaltar que é proibido realizar eventos com finalidades políticas ou religiosas nos parques municipais”, diz a pasta.

Temer comanda SP pelas mãos de Ricardo Nunes. Por José Cássio

Após a morte de Bruno Covas, quem passou a comandar São Paulo não é o vice Ricardo Nunes, mas o golpista Michel Temer.

Sim, você leu bem.

O ex-vereador chegou ao cargo mais importante da principal cidade brasileira pelas mãos de seu padrinho político. Temer impôs seu nome aos tucanos em troca de duas coisas: o tempo de TV do MDB e a promessa do partido apoiar João Doria numa eventual candidatura à presidência, em 2022.

Nem mesmo seus colegas de Câmara Municipal acreditaram quando Nunes surgiu dizendo que seria o vice do então prefeito.

Não demorou para virar motivo de piada. Afinal, como poderia um parlamentar de baixo clero, implicado em investigações por superfaturamento no aluguel de creches conveniadas com a prefeitura e de ter sido acusado de violência pela própria esposa assumir o segundo posto mais importante da principal cidade do país?

A relação de Temer e Nunes

Alguns ainda desconheciam que o dono da Nikkey, empresa criada em 1997 e que domina o setor de controle de pragas no Porto de Santos, controlado por muitos anos por Temer, tem uma relação orgânica com o ex-presidente desde os tempos do velho PMDB quando sua mãe arregimentava bases na zona Sul da capital e cidades próximas para garantir as sucessivas eleições do golpista à Câmara dos deputados.

O golpe de sorte veio em 2012, quando Temer aproximou Nunes de Gabriel Chalita, que disputou prefeitura da capital pelo MDB.

Com trânsito entre empresários de pequeno porte de Santo Amaro e arredores, Nunes abriu espaços para Chalita. Este retribuiu aproximando o então candidato a vereador do setor mais conservador da igreja católica.

A parceria assegurou a cadeira na Câmara – elegeu-se com 30.747 votos – e São Paulo ganhou um parlamentar comprometido com a “bancada da Bíblia” – Nunes faz oposição aberta à educação sexual e para igualdade de gênero nas escolas. Não satisfeito, ainda surfa na onda do projeto Escola sem Partido.

Jamais foi o candidato da preferência do PSDB, tampouco de Covas.

Ao contrário. O agora prefeito tem mágoa dos tucanos.

Já foi dito aqui que Covas foi o segundo pior prefeito de São Paulo, atrás apenas de Celso Pitta.

Na época do então apadrinhado de Maluf se dizia que a capital era tão poderosa que nem Pitta conseguiria destruí-la.

A máxima se revelou verdadeira – SP continua mesmo pujante.

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