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PF vê indícios de ‘pressão’ para favorecer empresa na gestão de Barros na Saúde

RICARDO BARROS (FOTO: ALAN SANTOS/PR)

A PF afirmou à Justiça Federal ter reunido elementos que comprovam ‘pressão’ de integrantes do Ministério da Saúde, durante a gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR), para o pagamento antecipado de quase 20 milhões de reais à empresa Global Saúde pela compra de remédios para doenças raras que nunca foram entregues.

Os indícios reunidos são do âmbito da Operação Pés de Barro, que apura fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pela Saúde durante entre 2016 e 2018, período em que Barros chefiava a pasta, sob o governo de Michel Temer. Com informações do G1.

Há depoimentos de integrantes do ministério que atribuem a liberação de verba à cobrança de Barros e de integrantes de seu gabinete. Outros mencionam mudanças aplicadas em sua gestão para a compra de medicamentos de alto custo.

A Global Saúde, citada pela PF, é sócia da Precisa Medicamentos, alvo de investigação pela CPI no caso Covaxin. A suspeita da PF é de que o mesmo grupo tenha atuado para perpetuar desvios de dinheiro público.

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O que diz Barros

Líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Barros disse, em nota, que não é alvo de operação e que não se provará irregularidade durante sua gestão na Saúde. A Global Saúde, também em nota, criticou a operação.

“A operação (…) reproduz de forma escancarada o modus operandi e ilegal da Lava Jato, ao usurpar competência do Supremo Tribunal Federal, investigar fatos antigos, sem qualquer contemporaneidade e prova de ilegalidade, com o único objetivo de conseguir os holofotes da imprensa e aproveitar o clima de violações a garantias fundamentais que lamentavelmente vem se instaurando novamente no país, no curso das investigações que versam sobre a pandemia”.