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Estudo da Prevent Senior foi solicitado por Bolsonaro, diz senador

Presidente da República Jair Bolsonaro conversa por telefone com o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Foto: Isac Nóbrega/PR

O estudo da Prevent Senior que ocultou mortos para falsear resultados foi solicitado por Jair Bolsonaro, segundo Otto Alencar. A pressa na realização dos testes com hidroxicloroquina e azitromicina para enviar os resultados ao presidente.

“Eles obrigaram os médicos a seguirem esse protocolo, numa falta de responsabilidade com os seus segurados”, diz o senador à Carta Capital. Otto diz ter “provas contundentes” do que ocorreu na operadora de saúde.

“Inclusive, pedindo pressa para atender logo o paciente porque o presidente havia solicitado”, prossegue.

O estudo foi feito sem autorização do Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e sem comunicado à Anvisa. “O Conep mandou parar e eles continuaram fazendo”, diz o senador.

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Prevent Senior pedia “obediência, lealdade e silêncio”

Segundo os documentos em posse da CPI, diz Otto, eles usavam procedimentos incorretos para prosseguir com os testes. “A diretoria chamava os contratados e estabelecia: ‘eu quero obediência, lealdade e silêncio do que está acontecendo aqui’. Tiraram a autonomia médica.  Alguns profissionais trabalham sem equipamento de proteção individual”, conta.

O senador lembra ainda que a empresa subnotificou mortes por covid-19 e lembra da mãe de Luciano Hang.

“A mãe do Luciano Hang entrou lá com Covid-19 e o atestado de óbito não consta a doença. Diz que morreu por septicemia, diabetes mellitus e insuficiência renal. O atestado deveria ter Covid-19, com pneumonia virótica e que desenvolveu as complicações, mas eles nem citam isso”.