Privatizada, Cia de água do Rio faz contratos sem licitação com empresas de bolsonaristas e envolvidas em corrupção

Privatizada no começo de 2021, a companhia de água do Rio, a Cedae, fechou contratos milionários sem licitação com empresas citadas no suposto esquema de corrupção que derrubou Wilson Witzel.
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Cedae em apuros com empresas bolsonaristas
Segundo a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, outras dessas empresas têm ligação com políticos do estado.
Crater Engenharia, citada no esquema de corrupção da Saúde no governo Witzel, tem pelo menos três contratos com a Cedae, entre 2019 e 2020, que juntos somam R$ 51,4 milhões. A empresa foi contratada com dispensa de licitação, tanto pela Cedae, quanto pelo governo do Rio de Janeiro.
O proprietário da Crater, Pedro Osório, foi citado na delação premiada do ex-secretário da Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Torres, como um dos principais articuladores para o sucesso de contratos superfaturados nas prefeituras.
Ligada a José Carlos de Melo, ex-reitor da Universidade de Nova Iguaçu e um dos cabeças do esquema de corrupção, a Empresa Fluminense de Serviços Eireli, City Works Ambiental como nome fantasia, também foi contratada sem licitação e recebeu R$ 91.037.203 em contratos diretos com a Cedae entre 2019 e 2020.
O proprietário da empresa, Pedro Mário Nardelli, também foi citado na delação do ex-secretário da Saúde. Segundo Torres, Nardelli é amigo de José Carlos de Melo, a quem o ex-secretário atribui ter arranjado o primeiro e milionário contrato sem licitação, para tratar do caso da geosmina, que foi a alteração do cheiro e do gosto da água do Rio de Janeiro devido à bactérias na água.
Outra empresa que tem contratos milionários feitos de forma direta com a Cedae é a Construverde Rio, do candidato a deputado federal em 2018 e a vereador da cidade do Rio de Janeiro em 2020 Joaquim Rodrigues. A Construverde tem sete contratos entre 2019 e 2021 que juntos somam R$ 71,9 milhões.