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Diretórios do PSD aumentam pressão contra aliança entre Lula e Kassab

A imagem de Lula e de Kassab
O ex-presidente Lula negocia com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, apoio no primeiro turno das eleições. Foto. Divulgação / Ricardo Stuckert 05/05/2021

Com acenos entre o pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, em torno de uma aliança já no primeiro turno da corrida eleitoral, lideranças de 16 estados da sigla resistem ao acordo nacional entre os partidos. Essas informações são do jornal O Globo.

Segundo cálculos eleitorais dos diretórios, que levam em conta os diferentes cenários regionais, o mais conveniente, para a maioria dos dirigentes, seria uma postura neutra ou a candidatura própria. Há ainda uma minoria que defende o alinhamento ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

No gesto mais contundente para atrair o PSD ao arco de Lula, o PT passou a debater a possibilidade de o senador Jaques Wagner não concorrer ao governo da Bahia, abrindo caminho para que Otto Alencar, também senador, seja o candidato do grupo político.

Bahia é uma das 11 unidades da federação em que há proximidade entre os dois partidos — em contraste, há 13 em que os líderes preferem escapar da polarização e outros três (Paraná, Rio Grande do Norte e Distrito Federal) onde a preferência é por Bolsonaro.

Com a fragmentação, uma candidatura própria seria uma alternativa menos propensa a fissuras internas, mas o “plano A” de Kassab, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem dando sinais de que não topará a empreitada.

O passar do tempo, sem a resolução do quadro, fez com que o presidente do PSD mudasse o tom na semana passada, quando declarou não ser “impossível” estar ao lado de Lula no primeiro turno.

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Há quem, dentro do PSD, apoie Bolsonaro

No Maranhão, o PSD filiou o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. para encabeçar uma chapa ao governo na oposição a Flávio Dino (PSB), aliado de Lula.

Com o movimento, o ex-prefeito aproximou-se de adversários de Dino, como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e o senador Roberto Rocha (PSDB).

Ambos orbitam em torno de um palanque com Bolsonaro, mas a campanha também busca se afastar da rejeição ao bolsonarismo. Já o apoio de Lula é disputado pelo vice-governador Carlos Brandão (PSB) e pelo senador Weverton Rocha (PDT).

No Rio Grande do Norte, o ministro Fábio Faria (Comunicações) anunciou que deixará o PSD para apoiar Bolsonaro. Já seu pai, o ex-governador Robinson Faria, concorrerá a deputado federal e segue prestigiado no comando do partido.

Em novembro, Kassab participou de um evento do PSD potiguar e endossou a oposição à governadora Fátima Bezerra, do PT, que tentará a reeleição.

Partido também estará na oposição a Lula no Paraná, onde o governador Ratinho Jr. (PSD) tende a abrir palanque a Bolsonaro e ao presidenciável do Podemos, Sergio Moro.

No estado, Lula já declarou apoio ao ex-senador Roberto Requião, que deve se filiar ao PDT. No Distrito Federal, o presidente do PSD, Paulo Octávio, é próximo ao grupo da ministra Flávia Arruda (PL) e pode ser o vice na chapa do governador Ibaneis Rocha (MDB), ambos aliados de Bolsonaro.

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