Após mensagens ofensivas a negros, judeus e mulheres, doutorando da UFRGS é indiciado por racismo

Doutorando da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) foi indiciado por crime de racismo qualificado. Álvaro Körbes Hauschild (29) era investigado pela Polícia Civil por divulgar mensagens com conteúdo ofensivo a negros, judeus e mulheres. Segundo a delega Andréa Mattos, ele “discriminou todo um grupo de pessoas, vários, na verdade”.
“Ele foi homofóbico, transfóbico, antissemita e misógino. Ele tem publicações de toda natureza e realmente acredita na superioridade de uma raça sobre outras”, avalia.
O relatório foi encaminhado ao Judiciário e o Ministério Público do Rio Grande do Sul vai verificar se oferece a denúncia.
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Indiciado por racismo já disse que negro “exala um cheiro típico”
A denúncia contra o doutorando ocorreu após a namorada de um estudante de Políticas Públicas da mesma universidade ser abordada por ele. Jota Júnior (23) registrou ocorrência após mensagens nas redes sociais. Ele dizia que negro “exala um cheiro típico”, “tem um cérebro programado para fazer o máximo de filhos que puder” e que “pode não ser um problema lá onde a natureza dá cabo deles”.
À namorada de um judeu, ele enviou mensagens antissemitas e afirmou que não há evidências científicas sobre o Holocausto. “Sobre o Holocausto: é uma questão científica. Ou tu tem evidências ou tu não tem (sic). Simplesmente não há a menor evidência até hoje; pelo contrário, há estudos mostrando que matematicamente já é um absurdo. Mas se alguém vier e me mostrar o que aconteceu e como aconteceu, eu passo a acreditar”, disse ele, segundo o Globo.
Além de doutorando, Hauschild é escritor e faz sucesso entre conservadores. A editora Kotter, que publicou um livro dele, tirou seu catálogo a obra Anamnesine. Ele também é tradutor do filósofo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin. Dugin tem livro escrito junto de Olavo de Carvalho, “Os EUA e a nova ordem mundial”.