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Randolfe vai ao STF contra troca em diretoria da PF que investiga Bolsonaro

Senador Randolfe Rodrigues volta a acionar o STF para barrar desmandos do governo Jair Bolsonaro. Dessa vez, ele tanta impedir troca em diretoria da PF que investiga o presidente.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) voltou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra atos do governo Bolsonaro. Agora, o senador tenta barrar as mudanças na Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), da Polícia Federal, responsável por investigar a possível interferência do presidente na PF denunciada por Sergio Moro após sua saída do Ministério da Justiça. A diretoria estava sob o comando do delegado Luís Flávio Zampronha e deve passar para as mãos do superintendente da PF no Ceará, Rodrigo Pellim.

As mudanças foram comunicadas pelo novo diretor da Polícia Federal (PF), Marcio Nunes. Ele é o quarto comandante da PF desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL). Nunes foi nomeado para o cargo na última sexta-feira, por uma decisão do ministro da Justiça, amigo de Flávio Bolsonaro, que decidiu exonerar do posto o então diretor-geral da corporação, Paulo Maiurino.

Na alegação encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, Randolfe argumenta que a troca de comando configura ‘evidente e flagrante’ interferência de Bolsonaro na instituição. Por isso, ele pede que Bolsonaro seja proibido de promover mudanças nas funções comissionadas das diretorias da PF até a conclusão das investigações que apuram se houve ou não interferência do ex-capitão na entidade.

“Não é mera coincidência que a troca repentina e inesperada no comando da Polícia Federal tenha se dado justamente após o órgão ter informado ao Supremo Tribunal Federal, no início de fevereiro deste ano, que concluiu que o Presidente da República, Sr. Jair Messias Bolsonaro, cometeu crime ao divulgar informações sigilosas de uma investigação”, escreveu.

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Randolfe tem buscado STF para barrar conter atos e desmandos

Randolfe já acionou o Supremo em diversas circunstâncias com o intuito de barrar os desmandos do atual governo. Em janeiro, por exemplo, o senador acionou o STF para tentar mudar a comunicação e as publicações do governo federal sobre a vacinação infantil. O objetivo, segundo ele, seria “barrar a campanha anti vacina do governo” e garantir que as propagandas sobre a imunização fossem alusivas à segurança e à eficácia da vacina.

Em fevereiro, o senador chegou a denunciar, nas redes sociais, que o Ministério da saúde criou “uma espécie de carta branca para negacionistas alegarem que a vacina pediátrica é contraindicada para seus filhos”. Na ocasião, Randolfe também informou que acionaria o STF contra esse absurdo.