Randolfe vai ao MP contra subprocuradora que questionou eficácia de máscaras

O Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse que entrará, juntamente com outros parlamentares, com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra a subprocuradora Lindôra Araújo, que questionou a eficácia do uso de máscaras na prevenção do contágio da covid-19.
Lindôra decidiu que não há crime no fato de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) causar aglomerações em eventos públicos e sair sem máscara durante a pandemia.
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Randolfe aciona conselho do MP
Os pareceres de Lindôra foram em relação a ações de partidos de oposição, que apresentaram notícias-crimes pelas motociatas de Bolsonaro e pelo episódio em que o presidente abaixou a máscara de uma criança em um meio a aglomeração no Rio Grande do Norte. A subprocuradora apontou que as atitudes do ocupante do Planalto têm “baixa lesividade” e defendeu o arquivamento das notícias-crimes.
Na decisão, ela ignorou que o uso de máscara é consenso na comunidade científica e escreveu: “inexistem trabalhos científicos com alto grau de confiabilidade em torno do nível de efetividade da medida de prevenção. (…) Não é possível realizar testes rigorosos, que comprovem a medida exata da eficácia da máscara de proteção como meio de prevenir a propagação do novo coronavírus”.
Para Randolfe, a decisão de Lindôra Araújo “contraria totalmente a ciência, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Anvisa” e por isso a ação no Conselho Nacional do MP.
Subprocuradora que inocentou Bolsonaro condenou desembargador
A subprocuradora Lindôra Araújo pensava diferente sobre esse assunto há pouco tempo atrás. No ano passado, ela cuidou do caso do desembargador Eduardo Almeida Prado, do TJ, que tentou dar carteirada. Ele foi flagrado sem máscara e autuado por infração sanitária, armando o maior barraco do mundo e ameaçando os guardas.
Naquela ocasião, o processo do desembargador caiu no colo de Lindôra, que mandou o STJ investigar Eduardo. Justamente porque ele passeou sem máscara, idêntico a Bolsonaro, mas sem aglomeração.