Record detona Paulo Guedes para agradar o centrão
Record está criticando abertamente o ministro Paulo Guedes, embora ainda defenda o governo Bolsonaro. Desde 2020, pelo menos, a emissora vem expondo uma visão bastante crítica em relação ao desempenho do titular da pasta da Economia, a quem atribuiu “falta de sensibilidade com os mais pobres”.
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Record versus Guedes
Mais recentemente, o tom crítico do noticiário recrudesceu e está chamando a atenção. Na última semana de setembro, houve a exibição de uma série especial no “Jornal da Record” sobre inflação. Sem mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro, com quem a emissora segue alinhada, o telejornal ouviu economistas que fizeram críticas duras ao ministro Guedes, atribuindo a ele parte da responsabilidade pela alta inflação no país.
Nesta sexta (8), a emissora compartilhou os resultados de uma pesquisa que encomendou sobre o desempenho do ministro. Para 64% dos 1.000 entrevistados por telefone pelo instituto Realtime BigData, o presidente Bolsonaro deveria demitir Guedes.
Para Maurício Stycer, jornalista especializado em TV do UOL, o descontentamento da Record com Guedes pode ser entendido no contexto das relações do partido Republicanos, ligado à Igreja Universal, com o governo Bolsonaro. Como mostra a crônica política, também há insatisfação do partido com situações que passam pelo Planalto e o Congresso.
Integrante do chamado centrão, o Republicanos faz parte da base parlamentar de apoio do presidente. Em fevereiro, após a eleição de Artur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados, o partido foi contemplado com um ministério, o da Cidadania, que passou a ser comandado pelo deputado federal (hoje licenciado) João Roma, da Bahia.