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Relatório “alternativo” de bolsonarista Marcos Rogério ignora ciência e defende tratamento precoce

Marcos Rogério
Marcos Rogério (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)marcos-rogerio-divulgacao-agencia-senado.jpg

Nesta quarta (20), o senador bolsonarista Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou o resumo do relatório alternativo ao texto de mais de mil páginas feito pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

No documento de 11 páginas, Rogério, alega que o trabalho de Renan na foi parcial na CPI. O documento original tem cerca de 200 páginas. Além de negar as acusações feitas contra o governo federal no combate à pandemia, o bolsonarista apresenta uma autocrítica sobre o “tratamento precoce” contra a covid-19.

Para o senador a indicação para uso de hidroxicloroquina, entre outras medidas de tratamento precoce, “foram feitas no afã de enfrentar a pandemia e salvar o maior número possível de vidas de brasileiros”. “Aliás, não se pode afirmar quantas vidas tenham ou não sido salvar em função de diferentes protocolos adotados, os quais, sem exceção, tiveram que considerar medicamentos sem comprovação científica comprovada, pelo chamado tratamento off label”, escreveu o senador.

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Não é “precoce” e sim “imediato”, diz Marcos Rogério

Rogério evita utilizar o termo “tratamento precoce”, difundido por Bolsonaro e aliados desde o ano passado. Para o senador, é “tratamento imediato”. Com informações do UOL.

O uso de protocolos não comprovados é alvo de denúncia contra a operadora de saúde Prevent Senior. O senador diz que “o fato não possui qualquer conexão com o governo federal”.

“Quanto ao uso desse ou daquele medicamento para enfrentamento da pandemia, tanto na rede pública quanto na privada se respeitou a autonomia do médico, que não tinha –e ainda não tem– opção alguma de medicamento com previsão de eficácia contida na bula”, diz Rogério.

Para o senador, caso a CPI considere “que a cloroquina ou a hidroxicloroquina realmente causaram mortes de pacientes”, prefeitos e governadores que compraram esses medicamentos também deveriam ser colocados na lista de pedidos de indiciamento.