Justiça condena ex-conselheiro do Santos que gravou áudio dizendo que ‘mulato brasileiro é mau-caráter’
A Justiça de São Paulo condenou o ex-conselheiro do Santos, Adilson Durante Filho, por racismo. Em 2017, ele gravou um áudio de WhatsApp dizendo que “todo mulato brasileiro é mau-caráter”. Denunciado pelo Ministério Público, ele foi excluído do quadro de associados do clube e admitiu a autoria da gravação. Entretanto, negou que tivesse a intenção de praticar discriminação racial. “Não tem um que não seja. Você tem que desconfiar de todos. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade, isso é estudo”, disse à época.
Alegou que se desentendeu no trânsito com um motoboy momentos antes de gravar o áudio. Sua defesa justificou que ele estava fora de si. “Ele não é racista, respeita as pessoas de todas as raças e convive bem com elas. O áudio ocorreu num momento de desabafo, num momento de ira”, disseram os advogados.
O juiz Walter Luis Esteves de Azevedo não aceitou a desculpa. “Todo gesto racista merece grave reprovação”, escreveu na decisão. “Não foi um desabafo, um arroubo emocional dito aos gritos, mas uma argumentação que pretendia influenciar o interlocutor”, prossegue.
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Ex-conselheiro do Santos foi condenado a pagar multa e serviço comunitário
O ex-conselheiro do Santos ainda pode recorrer da decisão. Ele foi inicialmente condenado a um ano de reclusão em regime aberto, mas a sentença foi suspensa. A condição é que preste serviço à comunidade por um ano, em setores que promovam acesso igualitário à cidadania. Também terá de pagar uma multa de um salário mínimo.
Em razão do mesmo episódio, Adilson foi condenado em processo cível a pagar R$ 10 mil por dano moral coletivo. Ele fez o pagamento e não recorreu da sentença.
Em setembro, conseguiu anular sua exclusão do clube e foi reintegrado.
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