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Senadora que foi sobrevivente de Auschwitz é ofendida em protesto antivacina

Veja a sobrevivente
Liliana Segre também foi alvo de ataques após tomar vacina anti-Covid (foto: ANSA/Reprodução)

Senadora italiana Liliana Segre, sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz, foi alvo de insultos nesta sexta (15) durante os protestos de grupos antivacinas em Bolonha, na Itália. Os negacionistas estavam contra a apresentação obrigatória do certificado sanitários anti-Covid por todos os trabalhadores dos setores público e privado.

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Negacionistas contra a sobrevivente

Militantes acusam Segre de “trair seu passado” ao apoiar o passe sanitário, porque “a liberdade não está à venda” e exigir o documento “é a pior discriminação desde o nazismo”, diz a agência Ansa.

“Uma mulher que ocupa um lugar que não deveria porque envergonha a sua história e que é Liliana Segre”, disse um dos manifestantes no megafone, acrescentando que a senadora “deveria desaparecer”.

Manifestantes, que lotaram a piazza Maggiore, ressaltaram também que este “é o dia mais infame da história da República Italiana”. O vídeo do ataque contra Segre viralizou na internet rapidamente e despertou reações de diversos partidos e políticos italianos.

O Partido Democrático (PD), maior legenda de centro-esquerda da Itália, afirmou que “insultar Liliana Segre é exaltar a ignorância, não conhecer a história e apagar as melhores raízes do país”.

A presidente da sigla, Valentina Cuppi, enfatizou que “é arrepiante ouvir palavras como essas gritadas”. “É atroz e perigoso. São uma vergonha”, disse.

Já o Movimento 5 Estrelas (M5S) divulgou uma nota na qual expressa sua “máxima solidariedade a Segre, cujo dramático passado é mais uma vez evocado sem o conhecimento dos fatos”.

“Aproximar as medidas de segurança que o governo implementa para deixar para trás a pandemia do regime nazista é aterrorizante e demonstra o quanto o protesto está superando os limites da razão”, finaliza a nota.

Em julho passado, a sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz chegou a criticar as pessoas que comparam a perseguição aos judeus às regras que buscam incentivar a vacinação contra a Covid-19.

Segundo Segre, esse tipo de analogia é uma “loucura” e um “gesto de mau gosto e ignorância”. “É uma época de tamanha ignorância e violência – que nem são mais reprimidas -, que leva a essas distorções. É uma escola na qual os valentões são os mais fortes”.