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Senadores reagem a tentativa de Bolsonaro de intimidar STF e falam de impeachment

Jair Bolsonaro. Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

Senadores criticaram Jair Bolsonaro por causar crise institucional e citam impeachment.

Neste sábado (14), para intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente anunciou que processará ministros.

Segundo ele, Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes “extrapolam os limites constitucionais”.

“Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”, diz.

O trecho do artigo citado, em seu inciso II, diz que é papel do Senado Federal processa e julgar ministros da Corte por crime de responsabilidade.

No entanto, no inciso anterior, o artigo diz que é competência da casa legislativa fazer o mesmo com presidentes e vice-presidentes.

A senadora Simone Tebet lembrou que “quem pede para bater no ‘Chico’, que mora no Inciso II, artigo 52, da CF, se esquece de que o ‘Francisco’ habita o Inciso I, do mesmo endereço”.

Ela ainda questionou se o presidente tem certeza da decisão.

Humberto Costa, por sua vez, aponta que a medida é mais um avanço no “discurso autoritário”.

Cada vez acuado por conta de uma série de denúncias contra o seu governo, Bolsonaro tenta mais uma vez intimidar a Justiça. A olhos vistos, o presidente avança no seu discurso autoritário. É preciso dar um basta de uma vez por todas nessa milícia golpista”.

Alessandro Vieira chama a ação de “cortina de fumaça”.

Segundo o parlamentar, o possível processo se dá para “tentar esconder o mar de crimes comuns e de responsabilidade que o próprio presidente cometeu”.

Randolfe Rodrigues, líder da oposição, chama o anúncio de “arroubo autoritário” e garante que “será repelido pela democracia”.

A declaração de guerra de Bolsonaro

Após ataques, ameaças e provocações, Bolsonaro decidiu declarar guerra oficialmente.

O presidente recentemente foi incluído no inquérito das fake news e virou alvo de processo administrativo na corte eleitoral.

Atualmente, são sete investigações que miram o presidente nos dois tribunais.

Nas últimas semanas ele tem ameaçado os ministros da Corte.

O presidente sugeriu colocar apoiadores nas ruas para “dar o último recado” a Barroso.

“Se o povo estiver comigo, nós vamos fazer com que a vontade popular seja cumprida”, disse ele no cercadinho.

Ele também chamou Moraes de “ditador” e ameaçou:

“A hora dele vai chegar”.

Ironicamente, a declaração de guerra do presidente à Corte não surgiu quando mandou colocar tanques de guerra nas ruas.

O conflito foi anunciado pelo Twitter, quatro dias depois do ato golpista.

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2 – O que diz o Artigo 52 da Constituição, que o presidente quer usar contra STF