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Silvio Almeida também critica Folha por abrigar Narloch: “Racismo e falsificação histórica”

Silvio Almeida e Leandro Narloch
Silvio Almeida e Leandro Narloch

O filósofo Silvio Almeida escreveu um artigo na Folha e aproveitou para criticar o jornal.

Ontem, a Folha foi detonada por dar espaço a Leandro Narloch, comentarista de extrema-direita.

Narloch publicou um artigo em que relativiza a escravidão e cita uma “sinhá preta”.

A personagem histórica, segundo ele, conquistou a liberdade, “superou preconceitos”, enriqueceu com o comércio e comprou a alforria de outros negros, tornando-os escravos.

Narloch afirma que ela “complica narrativas de ativistas” e nega que o capitalismo seja racista e machista. Ele diz ainda que o caso “abala a culpa coletiva pela escravidão”.

Nesta sexta (1º), Silvio Almeida condenou a atitude do jornal.

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Ao escrever sobre os mil dias do governo Bolsonaro, ele afirmou:

“Instituições como esta Folha têm que assumir a responsabilidade que lhe cabe como o jornal mais lido do país e decidir se quer participar da construção de um país digno ou continuar investindo na criação de polêmicas artificiais em nome de uma suposta ‘pluralidade'”.

“Racismo e falsificação histórica nada têm a ver com postura democrática”, diz ele.

“Quem abre espaço para este tipo de indigência intelectual e moral, que prestigia irresponsáveis e fanfarrões, colabora, ainda que indiretamente, para que esse pesadelo jamais tenha fim”, conclui o filósofo.

Colunista da Folha denunciou Narloch por racismo

O advogado Thiago Amparo afirma ter sentido “ânsia de vômito” e “um misto de repugnância e desânimo”.

“Folha, por que ainda precisamos nos masturbar coletivamente com a relativização da dor preta?”, questiona.

Amparo diz que Narloch é “munido de falácia reacionária” e “legitima a escravidão ao relativizá-la”.

Prossegue dizendo que o colunista referenciou a figura histórica de maneira “risível e desonesta” para “suavizar a brutalidade da escravidão”. “É peculiar da branquitude discutir o horror tomando chá”, ironiza.

“O que está em jogo é se a pluralidade que este jornal preza inclui racismo. Jornais são documentos históricos: eu me reservo a dignidade derradeira de dizer com todas as letras que a coluna de Leandro Narloch é racista; que publicá-la faz do jornal conivente; e que em algum momento a corda do pluralismo esticou a tal ponto que nos enforcará”, completa.