Ex-vereador é condenado por racismo em Porto Alegre
Valter Nagelstein (PSD), ex-vereador de Porto Alegre, foi condenado por racismo pela Justiça do Rio Grande do Sul, na sexta-feira (04). Ele fez um comentário sobre a Bancada Negra da Câmara Municipal da capital gaúcha, em um áudio que viralizou em 2020. Na mensagem enviada na época, ele insinuou que os vereadores “jovens, negros” não têm nenhuma tradição política ou experiência. A informação é da Folha de S. Paulo.
Nagelstein era candidato a prefeito de Porto Alegre, quando fez uma “análise” em um áudio sobre a “ocupação que a esquerda promoveu nos últimos 40 anos da universidade, das escolas, do jornalismo e da cultura”. De acordo com ele, essa “ocupação” produziu resultados.
“Basta a gente ver a composição da Câmara: cinco vereadores do PSOL, muitos deles jovens, negros, quer dizer, o eco àquele discurso que o PSOL foi incutindo na cabeça das pessoas. Pessoas… vereadores estes sem nenhuma tradição política, sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal”, disse ele. O ex-vereador, condenado pelo crime de racismo, afirmou que vai recorrer da decisão de primeira instância.
Leia mais:
1. Negociação por cessar-fogo acaba sem acordo entre Rússia e Ucrânia
2. Rússia e Ucrânia se reúnem e tentam acordo de paz na Turquia
3. VÍDEO – Padre bolsonarista faz missa contra urnas, Doria e Lula: “Maior ladrão do mundo”
Racismo: Valter Nagelstein foi condenado
O ex-vereador teve uma condenação de dois anos de reclusão em regime aberto, substituída por prestação de serviços à comunidade, prestação pecuniária de 20 salários mínimos e multa. A decisão foi proferida em um documento de 30 páginas, pelo juiz Sidinei Brzuska, da 3ª Vara Criminal de Porto Alegre.
Afirma o juiz no despacho: “Partindo-se desse introito crítico e negativo, sua conduta se torna penalmente reprovável a partir do momento em que, ao externar sua opinião, disparou fala que agrediu a população negra, referindo-se àquela etnia de maneira depreciativa ao adjetivar os vereadores eleitos na Câmara como ‘jovens, negros sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal'”.