Na véspera do lançamento do filme “Marighella” no Brasil, dirigido por Wagner Moura, o ator e cineasta disse, em entrevista à jornalista Joana Dale, do jornal O Globo, que ele e José Padilha, diretor de Tropa de Elite, estão afastados por divergências políticas.
“Nós nunca brigamos, nós nos afastamos. Trocamos mensagens duras, sobretudo em relação ao (juiz Sergio) Moro na época do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Sempre vi o Moro como uma figura desprovida de qualidades. Acho que hoje está provado que ele foi parcial no julgamento do Lula. A perseguição ao PT era óbvia”, disse Wagner Moura.
Ele disse que apesar de não deixar a “polarização política” atrapalhar sua amizade com José Padilha, chegou um momento em que os dois pararam de trocar mensagens.
Wagner Moura afirmou estar indignado com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “A condução da pandemia pelo governo federal foi uma tragédia, sobretudo porque a grande maioria das 600 mil mortes poderia ter sido evitada. O presidente Jair Bolsonaro precisa responder por isso. Ele tem que ser preso”, concluiu.
Ele afirmou, também, que fica irritado quando bolsonaristas acusam artistas de “mamar” na Lei Rouanet. “Artista não é ladrão”, disse.
“Artista não é ladrão. A acusação de ‘mamar na Lei Rouanet’ me dá tanto ódio. Em ‘Marighella’, não usei um real da Lei Rouanet. Da Lei do Audiovisual também não, porque nenhuma empresa quis botar dinheiro. Não recebi um tostão por esse trabalho. Pelo contrário, só gastei. E isso também não é problema, porque é um filme que eu amo”, afirmou.
“Marighella” será o primeiro filme de Wagner Moura como diretor. São duas horas e 40 minutos de ação e tensão, narrando os últimos anos da vida de Carlos Marighella (1911-1969). Poeta baiano e guerrilheiro comunista, Marighella chegou a ser considerado o “inimigo número 1” da ditadura militar brasileira. Ele é interpretado, na obra, por Seu Jorge.
Com informações do jornal O Globo
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