EUA veem “ingratidão de Lula e do Brasil” após esforço contra Bolsonaro, diz Financial Times

Atualizado em 21 de junho de 2023 às 19:23
Lula e Joe Biden. Foto: Ricardo Stuckert

Nesta quarta-feira (21), uma matéria do jornal britânico Financial Times revelou bastidores de como a gestão Biden e diversos órgãos do governo norte-americano trabalharam para impedir Jair Bolsonaro de sabotar as eleições de 2022 e dar um golpe, permanecendo no poder.

O DCM enfatizou declarações de Hamilton Mourão, então vice-presidente, dizendo-se preocupado com as atitudes de Bolsonaro. O ex-vice de Bolsonaro, hoje senador, nega.

Um trecho da matéria do Financial Times mostra a visão do governo dos EUA sobre o imbróglio. Para alguns funcionários da gestão Biden, “as relações com o Brasil melhoraram, mas ainda há atritos com o novo governo. Lula mostrou pouco reconhecimento público da campanha dos EUA para proteger a eleição”.

Há certo ciúme por conta das relações do governo brasileiro com Rússia e China, dois rivais de Washington na geopolítica mundial: “Em abril, Lula levou uma grande delegação à China para um tour de três dias em duas cidades. Na viagem, Lula rejeitou as sanções dos EUA à Huawei, a empresa chinesa de tecnologia, criticou o apoio militar do Ocidente à Ucrânia e endossou a iniciativa de Pequim por alternativas ao dólar americano”, diz o funcionário.

Thomas Shannon, conselheiro de Joe Biden. Reprodução

Já um membro do governo Lula insiste que ele falou em Washington sobre “defender a democracia e as ameaças da extrema-direita”. A diplomacia brasileira planeja uma viagem mais extensa de Lula aos Estados Unidos ainda em 2023.

“As pessoas aqui entendem que haverá diferenças políticas”, diz Thomas Shannon, conselheiro de Joe Biden e ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil.

“Mas há um tom de raiva e ressentimento subjacentes a tudo, algo surpreendente. É como se ele não soubesse ou não quisesse reconhecer o que fizemos”, disse Shannon ao FT.

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