Sergio Moro dissemina fake news e vira a voz destoante na sabatina de Zanin. Por Moisés Mendes

Atualizado em 21 de junho de 2023 às 19:22
Sergio Moro (União-PR) durante a sabatina de Cristiano Zanin na CCJ. Foto: Reprodução

Sergio Moro, agora disseminador de fake news, foi a voz desafinada na sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Justiça do Senado.

Foi uma sessão de bom nível, com comportamento surpreendente inclusive de bolsonaristas. Zanin foi tratado com respeito pela maioria dos senadores.

Vão dizer que era previsível, porque agora é hora de fazer média com o futuro ministro, porque muitos dos políticos que estavam ali estarão um dia enredados em processos.

Pode ser, mas não explica tudo. Nem sempre foi assim. Tanto não explica que Flavio Bolsonaro fez menção desqualificadora a Alexandre de Moraes e Hamilton Mourão deu uma volta para fazer insinuações sobre os cursos de Gilmar Mendes em Portugal.

Sergio Moro pagou o mico, que tentou constranger Zanin por ter sido advogado de Lula e chegou a dizer que viu na internet, sem comprovação, a informação de que Zanin havia sido padrinho do casamento de Lula e Janja.

Zanin afirmou que não foi padrinho. Que é honrado pela relação que teve com Lula, mas que não tem relação de convivência como amigo do presidente.

Moro largou a fake News, para que se espalhasse pelas redes sociais do
fascismo, mesmo que desmentida.

O que importava para ele é que passassem a divulgar nos grupos de tios do zap que Zanin era mais do que advogado de Lula, era seu padrinho de casamento.
Moro disse, no início da sua intervenção:

“Tenho dito desde a campanha eleitoral que terei, como senador, como uma das funções principais fazer essa sabatina aos indicados para o Supremo Tribunal Federal”.

Como se todos os meses o Senado tivesse um indicado ao STF para avaliar. Como se avaliar candidatos ao Supremo missão prioritária de um senador.

Moro passou empáfia e teve, em muitos momentos, a resposta certa de Zanin, principalmente quando o advogado afirmou:

“O combate à corrupção é fundamental para a sociedade e deve acontecer, mas sempre com a observância do devido processo legal. O que não se pode fazer, e aí pode configurar o low faire (uso da Justiça para perseguição), é usar o combate à corrupção como pretexto para perseguir pessoas, empresa e instituições. Criar acusações sem materialidade, promover simultaneamente uma campanha contra o alvo, para buscar alcançar fins ilegítimos. Isso é low faire e isso não podemos aceitar”.

Zanin não disse, porque não precisava dizer, mas foi isso que Moro fez na Lava-Jato.

Publicado originalmente no blog do autor

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