Ex-funcionário dos Bolsonaro revela crimes da família do presidente. Marcelo Luiz Nogueira trabalhou durante 14 anos para eles. Com informações do Metrópoles.
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Escravidão
Depois da separação do atual mandatário e de Ana Cristina, em 2007, passou a ser, a pedido de Bolsonaro, uma espécie de babá de Jair Renan, filho do casal, até a advogada deixar o Brasil e se mudar para a Europa.
Finalmente, entre 2014 e 2021, trabalhou como empregado doméstico de Ana Cristina em suas casas, primeiro em Resende (RJ), e nos últimos meses em Brasília.
Em 2014, quando Ana Cristina retornou para o Brasil, Marcelo Luiz conta ter passado novamente a trabalhar na casa dela, em Resende, onde ficou até fevereiro de 2021, quando a advogada decidiu se mudar para Brasília e o convidou para acompanhá-la. Começaria ali a crise que o levou a pedir demissão, deixar sua casa e decidir contar tudo que sabe.
Marcelo Luiz acordou que receberia R$ 3 mil em Brasília, mas Ana Cristina teria descumprido o acordo e, alegando falta de dinheiro, pagava R$ 1,3 mil mensais. Todo mês, ele cobrava o valor acordado, sem sucesso. Sem condições de sair da mansão, o empregado acusou Ana Cristina de mantê-lo em condições análogas à de uma pessoa escravizada.
Resposta
“Falei para ela: ‘Cristina, não sou obrigado a morar na sua casa. Trabalho para ter meu canto e em Brasília tudo é caro. Você pensa que vou ficar na sua casa e ser seu escravo? A escravidão já acabou. Você é racista. Isso é racismo. Você me tirou lá do Rio só porque em Brasília eu não tenho ninguém e não conheço nada? Acha que vou aceitar o que quer fazer comigo?’”, contou.
Em junho, ele deixou a casa, com a ajuda de Jair Renan, e passou algumas semanas no apartamento de Jair Bolsonaro, no Sudoeste, também em Brasília.
Marcelo nunca teve sua carteira assinada por Ana Cristina, tampouco por Jair Bolsonaro, quando o presidente o contratou para ser babá de Jair Renan.