Ex-ministro da Defesa tinha ordem para impedir posse de Lula, diz Baptista Júnior

Atualizado em 15 de março de 2024 às 13:42
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira. Foto: Eraldo Peres/AP

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que Paulo Sérgio Nogueira tinha uma ordem para impedir a posse de Lula. Ele relatou que teve uma reunião tensa com o ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2022.

Segundo Baptista, o então ministro da Defesa queria apresentar aos chefes das Forças Armadas uma minuta que previa um golpe de Estado. Ele relata que o titular da pasta levou o documento “para conhecimento e revisão” dos chefes militares.

“Nesse momento, o depoente questionou o ministro da seguinte forma: ‘Esse documento prevê a não assunção do cargo pelo novo presidente eleito?’”, diz trecho do depoimento de Baptista. Após a pergunta, o então ministro da Defesa “ficou calado”, segundo ele.

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“O depoente entendeu que haveria uma ordem que impediria a posse do novo governo eleito. Diante disso, o depoente disse ao ministro da Defesa que não admitiria sequer receber esse documento. Que a Força Aérea não admitiria tal hipótese de golpe de Estado”, prossegue o depoimento do ex-comandante.

Durante sua oitiva, Baptista Júnior ainda afirmou que o golpe planejado por Bolsonaro teria se concretizado se o então comandante do Exército, general Freire Gomes, tivesse concordado com a iniciativa. Ele nega ter participado da trama golpista e implicou diretamente o ex-ministro da Defesa e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, no planejamento.

Segundo o ex-chefe da Aeronáutica, Freire Gomes, além de não participar do planejamento, ainda ameaçou prender Bolsonaro “caso tentasse tal ato”.

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