Ex-presidente do Inpe comenta suposto acordo entre Musk e Bolsonaro: “Jogo de cena”

Atualizado em 21 de maio de 2022 às 7:39
Foto de Ricardo Galvão com cabelo grisalho, bigode brango, camisa clara, olhar sério, gesticulando com as mãos.
Ex-presidente do Inpe criticou projeto de Elon Musk em parceria com o governo Bolsonaro.

Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), chamou de “jogo de cena” o anúncio feito pelo governo federal da parceria com o bilionário Elon Musk, presidente da SpaceX e da fabricante de carros elétricos Telas. A reunião entre os dois, que contou com a participação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, discutiu sobre um programa de “monitoramento ambiental” de queimadas e desmatamento da Amazônia.

“A Starlink pediu autorização para lançar 30 mil satélites para Comissão Federal de Comunicações, nos EUA, e a NASA protestou. A NASA colocou vários protestos, que a Starlink não respondeu porque esses satélites que eles estão colocando vão representar um perigo enorme para os satélites que existem no espaço. Então, a NASA está protestando e o governo diz, enquanto a Comissão Federal de Comunicações nos EUA, a Anatel aprovou. Quem que estudou isso? Eles chamaram a agência espacial brasileira, algum especialista? Não fizeram. É só um jogo de cena político do presidente”, afirmou Ricardo Galvão em entrevista à GloboNews.

O pesquisador disse ainda que os satélites de Musk não irão contribuir para monitorar o desmatamento na Amazônia, porque os “satélites são para internet” e não para monitorar o problema. Galvão relembrou ainda o corte de investimentos feito pelo governo Bolsonaro, incluindo “todo o programa espacial que o Inpe desenvolvia nos satélites”.

Programa quer levar internet para 19 mil escolas

A proposta desenvolvida pelo governo pretende aliar a “preservação da floresta amazônica”, além de incluir a conexão de internet via satélite para 19 mil escolas isoladas. O anúncio foi feito sem assinatura de contrato e sem abertura de licitação.

Fábio Faria, ministro das Comunicações, negou em um anúncio que o Brasil dará informações sobre a Amazônia para o empresário. Ele disse ainda que técnicos da empresa e do governo brasileiro tocarão as negociações.

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