Imagem: Governo do Estado de São Paulo e Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Uma carta assinada pelo presidente do diretório de Sâo Paulo, Fernando Alfredo, e encaminhada aos tucanos da capital, acendeu o sinal vermelho na campanha de João Doria nas previas do PSDB.
Na missiva, Alfredo, apoiador de Doria, reclama do processo de votação das previas, que dá peso maior aos votos de dirigentes, parlamentares e membros do executivo em detrimento da militância.
“O PSDB nasceu longe das benesses do poder porque tem na sua essência o reconhecimento de que todos e todas serão tratados, e respeitados, de maneira igual sempre”, diz o documento. “A militância do PSDB é formada por todos os seus filiados independentemente de ocuparem cargo eletivo”.
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O gesto foi recebido como um ato falho do dirigente. O que se fala no partido é que a carta é sinal inequívoco de desespero do comando de campanha de Doria.
“Não tentem desconsiderar a força da nossa base pois todos os que detêm um cargo no executivo, ou legislativo, sabem o quanto nossa militância foi parte importante para suas eleições. O PSDB é forte porque reconhece a força dos seus. Uma pessoa um voto”.
O passa-moleque de Aécio em Doria
A carta de Fernando Alfredo, reclamando do processo de contagem dos votos, é sinal contundente de que João Doria não virou o jogo sobre Eduardo Leite.
Ela sinaliza, segundo experientes lideranças do partido, que a tendência é de vitória do governador do Rio Grande do Sul. Ou, no mínimo, uma disputa pau a pau na reta de chegada – a votação acontece neste domingo, dia 21.
O sistema, bem complexo, determina que serão 4 grupos de votantes. Todos com peso unitário de 25% do total de votos válidos, sendo que os votos que valem menos são justamente dos militantes sem mandato.
No Grupo I estão Filiados; no II Prefeitos e Vice-Prefeitos; no III Vereadores, Deputados Estaduais e Distritais e no IV Governadores, Vice-Governadores, Ex-Presidentes e o atual Presidente da Comissão Executiva Nacional do PSDB, além de Senadores e Deputados Federais.
Trata-se, na realidade, de uma ‘arapuca’ armada por Aécio Neves, com apoio de ‘velha guarda’ do PSDB paulista, para dar fim ao sonho da presidência de Doria.
Na aprovação do sistema, o gestor não tinha a compreensão do quanto é desprezado pela cúpula do partido. Caiu como um patinho na cilada e aceitou as condições.
Agora, por meio do aliado paulista, chora o leite derramado.
Segundo o site do PSDB, 44,7 mil tucanos estão aptos a votar neste domingo.