Extrema-direita teme nova delação de militar sobre o golpismo bolsonarista

Atualizado em 29 de março de 2024 às 8:19
O Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto faz parte dos Kids Pretos. Foto: reprodução

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de liberar o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, preso desde fevereiro, tem levantado preocupações entre militares envolvidos em investigações de tentativa de golpe. O receio, segundo a jornalista Bela Megale, é que Corrêa Neto, solto em 8 de março, é próximo ao tenente-coronel Mauro Cid, e possa seguir os seus passos ao fechar um acordo por delação premiada.

Corrêa Neto foi detido em fevereiro após retornar dos Estados Unidos, sendo um dos alvos de uma Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que investigava uma organização criminosa planejando um golpe de Estado.

Ele é apontado como o organizador de uma reunião de oficiais das Forças Especiais do Exército em 2022, com o objetivo de impedir a posse do então presidente eleito, Lula.

Na época da reunião, Corrêa Neto ocupava o cargo de assistente do Comando Militar do Sul, sendo visto como homem de confiança de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Fontes próximas ao coronel indicam que sua soltura foi embasada na alegação de que ele estava nos Estados Unidos cumprindo uma missão determinada pelo Exército até 2025.

Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto durante ministração de palestra no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre em 2022. Foto: reprodução

As investigações indicam que Corrêa Netto teve participação ativa na organização de uma reunião em Brasília, em 28 de novembro de 2022, com militares formados no curso de Forças Especiais, os chamados “kids pretos”.

Esse grupo, integrante do Comando de Operações Especiais do Exército, seria encarregado de ações como prender o ministro Alexandre de Moraes, segundo a PF.

Após reunião da trama golpista, o blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho divulgou nomes de comandantes regionais do Exército que estariam indecisos em aderir ao plano golpista. A PF também sugere que Corrêa Netto era “homem de confiança” de Mauro Cid, executando tarefas fora do Palácio do Alvorada.

O coronel foi transferido para Washington, nos Estados Unidos, em dezembro de 2022, com previsão de retorno em junho de 2025. Inicialmente, atuou como estagiário do Colégio Interamericano de Defesa, frequentando um curso de mestrado em Defesa e Segurança Interamericana.

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