Fábio Faria se diz “profundamente arrependido” de entrevista sobre a fraude nas rádios

Atualizado em 28 de outubro de 2022 às 18:45
Fábio Faria (direita), na entrevista da qual se arrependeu, com Fabio Wajngarten. Foto: Evaristo Sá/AFP

Fábio Faria, ministro das Comunicações, diz que ao convocar a entrevista coletiva concedida na segunda-feira (24) na qual denunciou as rádios que não teriam veiculado a propaganda de Jair Bolsonaro em estados do Nordeste pretendia fazer um acordo com o TSE para resolver o problema.

A ideia era que a Corte concedesse à campanha do PL o mesmo número de inserções que supostamente não teriam sido veiculadas no momento adequado.

“A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, reconheceu Faria.

A iniciativa, entretanto, deu errado quando serviu de pretexto aos bolsonaristas para pedirem o adiamento das eleições com base na suposta “fraude”.

“Eu fiquei imediatamente contra tudo isso. Fui o primeiro a repudiar”, afirmou o ministro. “Isso prejudicaria o presidente Bolsonaro, que nunca defendeu o adiamento das eleições. Ele nunca quis isso”, prosseguiu. “Acreditamos que ele vai ganhar a eleição e isso nunca foi um tema da campanha”, concluiu Fabio Faria.

O ministro, genro de Silvio Santos, diz ter protestado internamente ao ver que a situação “escalou” e, vencido, optou por “sair de cena”

“Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que [a crise] iria escalar, eu não teria entrado no assunto”.

O arrependimento do responsável pela pasta das Comunicações fez com que ele abandonasse o assunto em suas redes sociais e ainda procurasse privadamente os Ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, para tratar do assunto.

Com informações de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo e Guilherme Amado, no Metrópoles.

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