Folha tenta normalizar offshore de Guedes e reclama de “pressão por cargos e emendas”

Atualizado em 9 de outubro de 2021 às 8:05
O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em editorial, a Folha de S. Paulo tenta normalizar a offshore de Paulo Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas. Para o jornal, o caso teve repercussão porque o ministro “está enfraquecido”. “O caso provoca tumulto porque o titular da Economia está enfraquecido e ainda mais fraco se torna por causa do alvoroço”, diz o texto.

No editorial intitulado “O caso Guedes”, a Folha se une a outros veículos para fazer um trabalho de assessoria de imprensa para o economista. Para o jornal, o caso não é nada mais que um “episódio desconfortável”. Também alega que a repercussão do caso se dá por conta de “política”.

“De política também se trata, sem dúvida. Maus resultados na economia, desprestígio no Congresso e entre seus pares no primeiro escalão e no Planalto motivam ataques ao ministro”, prossegue. “Ele se tornou alvo de especial atenção entre tantos que tiveram vazados seus ativos no exterior, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ora quase esquecido na polêmica”.

Segundo o veículo, a offshore foi transformada em um “evento maior” por conta de “pressão política por cargos, emendas e liberalidades com o Orçamento”. Também relata insatisfação com inflação e desemprego.

“O episódio será mais proveitoso, de todo modo, se suscitar debate sobre procedimentos mais transparentes a serem cobrados das autoridades que ocupam cargos elevados da administração pública”, finaliza o texto.

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Folha foi a única a noticiar a offshore de Guedes

No último domingo (3), a Folha de S. Paulo foi o único veículo da grande imprensa a noticiar a empresa em paraíso fiscal do ministro. Foi o único jornal a expor o caso na capa do dia seguinte, apesar de colocá-lo em um pequeno espaço abaixo da manchete da última segunda (4).

Não é tarefa somente da Folha normalizar a offshore do ministro. O Estadão, na última semana, ensinou como “abrir empresas em paraísos fiscais”.