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Para normalizar offshore de Guedes, Estadão ensina como “abrir empresas em paraísos fiscais”

Paulo Guedes de olhos fechados
Paulo Guedes.
(Foto: Evaristo Sá/AFP)

O Estadão agora quer normalizar a offshore de Paulo Guedes. Depois de passar vergonha omitindo o nome do ministro do escândalo do Pandora Papers, o jornal surgiu com uma matéria. “Como investidores podem abrir empresas em paraísos fiscais”, ensina o veículo.

No texto, publicado no blog E-Investidor, são citadas três dicas para abrir uma offshore. A primeira delas é escolher uma instituição financeira, com um advogado tributarista. Assim, o especialista pode orientar o investidor sobre o primeiro aporte de capital e como administrar a companhia ao longo do tempo.

A segunda, escolher a finalidade da empresa e o país. O jornal sugere que a companhia tenha a finalidade de administrar operações financeiras (Trust), adquirir imóveis no exterior, planejamento sucessório ou tributário. Por fim, o Estadão elenca como dica: “Declare à Receita Federal”.

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Desta vez, Estadão cita Guedes

Ao contrário do que fez ao noticiar o caso Pandora Papers, o Estadão cita, desta vez, a offshore de Paulo Guedes. No terceiro parágrafo do texto, o blog menciona a empresa de US$ 9,5 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas.

“Nas Ilhas Virgens Britânicas, onde o ministro da economia Paulo Guedes tem uma offshore de US$ 9,5 milhões, por exemplo, não há incidência de imposto sobre a renda de pessoa jurídica, lucros auferidos ou ganhos de capital”, escreve o Estadão, escreve o jornal.

O Estadão, no entanto, não cita os problemas de conflito de interesses de um ministro ter uma offshore. Cita-o apenas como exemplo, como se ele fosse um investidor comum que busca “evitar o pagamento de impostos sobre o capital, heranças ou sobre investimentos feitos por meio dessas companhias”.