Frias perde processo contra ator que o chamou de” bosta”, “sem talento” e “racista”

Atualizado em 20 de março de 2022 às 15:57
Frias e Babaioff
Frias disse que historiador negro precisava de “um bom banho”. Foto. Reprodução

Na última sexta-feira (18), o Secretário Especial da Cultura, Mário Frias, perdeu uma ação movida contra o ator Armando Babaioff por danos morais. Em 2021, Babaioff chamou Frias de “racista” no Twitter depois de o secretário bolsonarista declarar que o historiador Jones Manoel precisava de um “bom banho”.

O 6º Juizado Especial Cível de Brasília, no Distrito Federal, julgou improcedente a ação movida por Frias ao entender que a crítica de Babaioff parte da opinião pessoal do ator referente a uma pessoa “política que é ocupadora de cargo público”, sendo assim, tendo que se sujeitar ao “escrutino popular”.

Frias ainda tentou se justifica, alegando que suas palavras se tratavam de uma metáfora que indicava que o ativista precisava “tomar um banho de caráter”, mas sem usar a palavra “caráter”.

Entretanto, a decisão do Juizado destacou que o racismo ainda é “notório” em nosso país e que “há a incorreta e lamentável associação de afrodescendentes a aspectos negativos, tais como a sujeira”, e que Frias “não desconhece a potencial interpretação de que indicar que pessoa afrodescendente precisaria ‘tomar um banho’ leva à natural percepção de repetição da associação pejorativa em questão”.

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Entenda o racismo de Frias

Em seu perfil no Twitter, em 15 de julho de 2021, Frias disse que o historiador Jones Manoel “precisa de um bom banho”. Depois, devido a repercussão negativa ou por ter sido avisado que racismo é crime no Brasil, o secretário apagou a postagem.

Tudo começou quando Tercio Arnaud, assessor especial de Jair Bolsonaro (PL), postou o comentário do professor negro em que ele dizia ter comprado “fogos para eventual morte de Bolsonaro”.

Na legenda da imagem, Arnaud questionou quem seria “Jones Manoel”. Realmente eu não sei. Mas se eu soubesse diria que ele precisa de um bom banho”, respondeu Frias.

Jones disse que o secratário cometia seu “crime de racismo diário”. Babaioff foi além e classificou o secretário de cultura de “bosta”, “sem talento”, “sem caráter” e “racista”.

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