O bolsonarista Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina, espalhou fake news sobre caminhões com doações que estariam sendo barrados e multados no caminho para o Rio Grande do Sul. A informação, que chegou a ser veiculada pelo SBT, já foi desmentida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Ele divulgou um vídeo nas redes sociais ao lado de um servidor da Defesa Civil de Florianópolis que teria sido parado em um posto de fiscalização e multado duas vezes: por excesso de mercadoria e por não ter aceitado pagar o valor cobrado pelo pedágio.
O bolsonarista disse que o caso é “vergonhoso” e alegou que fazia o post como um “apelo” a autoridades. “Quero fazer essa manifestação: a ANTT precisa revisar urgentemente os seus procedimentos. Não é fake news, é um absurdo o que está ocorrendo. Acho que a pessoa tem que ter discernimento, quem está nesses postos, para ver como isso aconteceu”, afirmou o governador.
Nesta terça (7), a ANTT e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul desmentiram as fake news sobre o tema. A associação esclareceu que os motoristas estão passando por um procedimento simplificado de fiscalização e sendo liberados para seguir viagem, e negou que esteja exigindo nota fiscal ou aplicando multas aos veículos.
Mesmo com o esclarecimento do tema, Jorginho publicou o vídeo nesta quarta (8) e ainda disse que o caso “não é fake news”. Ao contrário do SBT, que excluiu todos os vestígios sobre a mentira, o governador ainda mantem o post no ar.
NÃO É FAKE NEWS: CAMINHÃO COM DOAÇÕES DE SC É NOTIFICADO POR ÓRGÃO FEDERAL
Este vídeo é um apelo urgente: ANTT, não interrompa nem multe os caminhões carregados com doações para o Rio Grande do Sul.
Faço este pedido após saber do servidor da Defesa Civil de Florianópolis,… pic.twitter.com/AJAoFqYleO
— Jorginho Mello (@jorginhomello) May 8, 2024
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e o coach Pablo Marçal se tornaram alvos de investigação por fake news similares. Os três foram incluídos em uma lista do Palácio do Planalto sobre autores de mentiras sobre a catástrofe no estado.
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou uma ação contra o coach na Justiça justamente por espalhar a mentira de que a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul estaria bloqueando caminhões com doações. No processo, o órgão destacou que as fake news prejudicam as ações emergenciais de autoridades e podem desencorajar doações.