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A Gafi (Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo), uma das mais importantes entidades de combate ao crime financeiro do mundo, ficará no Brasil até o início de abril em reuniões sigilosas para avaliar a estrutura do país contra o branqueamento de capitais. A informação é do Estadão.
A instituição vai ouvir os dirigentes da HStern para elaborar propostas de combate à lavagem de dinheiro por meio de pedras preciosas. A ideia é discutir a criação de medidas preventivas com a joalheria que fechou delação premiada com o Ministério Público Federal em 2017.
À época, uma diretora da empresa afirmou que levava anéis e pedras preciosas à casa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Segundo ela, as joias eram pagas em dinheiro vivo e algumas sequer tinham nota fiscal.
Para a Gafi, joalherias são um dos maiores setores com risco de lavagem de dinheiro. O grupo recomenda que países criem leis que obriguem profissionais a identificar seus clientes, mantendo cadastro atualizando e comunicando operações financeiras suspeitas.
O grupo desembarcou em Brasília neste mês e ainda passará por São Paulo e Foz do Iguaçu. A viagem serve para analisar leis e instituições brasileiras que combatem lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. Um dos objetivos do Gafi é verificar se as normas vigentes do país estão alinhadas com padrões internacionais.
A viagem ocorre no mesmo mês em que o escândalo das joias do governo de Jair Bolsonaro foi revelado. Uma comitiva do ex-presidente tentou entrar no país com um conjunto avaliado em R$ 16,5 milhões, que foi retido pela Receita Federal. Os representantes da gestão do ex-presidente ainda conseguiram entrar com um segundo estojo de itens que passou livremente.