Guerra da Ucrânia: Itamaraty está rachado sobre posição do Brasil

Atualizado em 3 de março de 2022 às 13:01
Bolsonaro e comitiva sentada à mesa em reunião na Rússia; Itamaraty se divide sobre posição brasileira
Brasil critica Rússia na ONU, mas Bolsonaro não vai contra Putin/ Foto: Reprodução.

Com o desenrolar dos conflitos entre Rússia e Ucrânia que já atingem o oitavo dia, diplomatas brasileiros do Itamaraty têm se dividido sobre a posição adotada pelo governo Bolsonaro em relação à guerra da Ucrânia.

Na ONU, o Brasil adota postura de equilíbrio e condenou a invasão do território ucraniano pelos russos. Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evita criticar Vladimir Putin.

Nos gabinetes do chanceler, Carlos França, e do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, o posicionamento é considerado correto, sob o argumento de que o país deve ser “realista e priorizar os interesses estratégicos do Brasil”. Caso Bolsonaro se posicionasse contra a Rússia, França e Costa Filho avaliam que o Brasil perderia a “capacidade de mediar”.

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Itamaraty dividido

Na última quarta-feira (03), o governo votou a favor de uma resolução nesta quarta-feira criticando a Rússia, o Itamaraty fez questão de tomar a palavra para criticar potências ocidentais e alertar que a paz não será atingida dessa forma. Após o voto, o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse que a resolução “não vai longe suficiente” e alertou que um cessar fogo é apenas o primeiro passo para atingir a paz. “Para que haja paz sustentável, ele precisa ir além”, alertou.

Em contrapartida, os críticos à postura brasileira defendem que o país deve abandonar a imparcialidade e defender um país em detrimento de outro. Para eles, o Brasil não tem capacidade de mediar um conflito desse tamanho, ainda mais com a estatura que tem hoje no cenário internacional.

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