Já imaginaram Alex Ferguson no Corinthians?

Atualizado em 17 de outubro de 2014 às 17:19
Uma dupla que não podia perdurar
Uma dupla que não podia perdurar

Ladies & Gentlemen:

O assunto mais quente nesta semana no futebol inglês é o livro de memórias do técnico aposentado Alex Ferguson.

Detesto Ferguson por um motivo nobre: ele fez do Manchester United uma máquina inestancável de títulos em sua longa jornada de mais de vinte anos no comando do time. Meu Manchester City foi uma das maiores vítimas de Ferguson.

Estou com o livro nas mãos. Ferguson foi de uma sinceridade chocante para os meios futebolísticos britânicos.

Ele explicou, por exemplo, por que mandou embora do United David Beckham, então um jovem astro. “Ele optou por ser famoso”, escreveu Ferguson. “Foi o único jogador com quem trabalhei que quis ser famoso fora do campo.”

Ladies & Gentlemen: ser técnico é isso. É enxergar hoje o que outros só verão muitos anos depois. A opção pela celebridade, simbolizada no casamento com uma Spicy Girl, fez de Beckham um jogador muito aquém do que ele poderia ter sido em outras circunstâncias. Antes de mandar Beckham embora, Ferguson foi tornando claro seu descontentamento com ele. Certa vez, numa passagem que entrou para a história, ele pegou num treino as chuteiras de Beckham e as atirou no jogador.

Nem bem se aposentou, já falam (ou sonham) no retorno de Ferguson. O mesmo elenco do United, sem ele, vem tendo uma atuação apagada, medíocre na Premier League.

Daqui de meu canto em Parsons Green, também sonho. Por que o Corinthians não pensa em Ferguson para 2014?

Digamos um contrato de um ano, e sem direito a quebras de nenhuma das duas partes. Ferguson estaria no Brasil durante a Copa, e isso poderia ser um dado tentador para ele.

De resto, realizado, consagrado e rico, talvez ele se interessasse em conhecer mais de perto o futebol brasileiro, que exerce um fascínio mítico sobre nós, britânicos.

Vocês podem dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. (You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one.)

Alex Ferguson no Almighty. Já pensaram?

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

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Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.