Kakay sobre censura no Lollapalooza: “É colocar uma camisa-de-força na liberdade”

Kakay: "Eu acho que o poder judiciário tem que ter alguma contenção. Decisões como essa interferem na liberdade de expressão, na liberdade artística"

Atualizado em 27 de março de 2022 às 12:05
Pabllo Vittar no Lollapalooza
Kakay comenta proibição de manifestações políticas no Lollapalooza – Foto: Reprodução

O ministro Raul Araújo, do TSE, atendeu ao pedido feito pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para que sejam proibidas manifestações políticas durante shows do festival Lollapalooza. O DCM consultou o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

A legenda acionou a Corte neste sábado (26). Essa solicitação ocorreu após a cantora Pabllo Vittar levantar, durante o show que fez no evento, uma bandeira com a foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Kakay disse o seguinte: “Eu acho que o poder judiciário tem que ter alguma contenção. Decisões como essa interferem na liberdade de expressão, na liberdade artística.

Você impedir, num show, que o artista se manifeste é de uma incoerência enorme com os princípios que regem a democracia. Penso que é grave.

É você querer colocar, especialmente num momento como esse, num show em que você tem artistas se manifestando livremente, uma camisa-de-força de forma absolutamente inconstitucional e ilegal na liberdade por parte do Tribunal Eleitoral nesse caso”.

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O que diz o ministro do TSE sobre o Lollapalooza

Ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), recém empossada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), recém empossada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foto: Divulgação

Na decisão, o ministro entendeu que “a manifestação exteriorizada pelos artistas durante a participação no evento, tal qual descrita na inicial, e retradada na documentada anexada, caracteriza propaganda político-eleitoral”.

Segundo o partido do presidente, a manifestação política realizada no evento “fere inúmeros dispositivos legais”.  “Eis porque a manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio negativa e antecipada.

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