Bruno Kanela, líder indígena do Povo Kanela do Araguaia, criticou a cobertura da mobilização histórica do grupo.
Segundo ele, os jornais Folha de S. Paulo e Correio Braziliense distorcem e mentem sobre a luta do povo.
Eles fizeram um acampamento com cerca de seis mil pessoas de 170 povos em Brasília.
Segundo Bruno, os veículos tentam “tirar o protagonismo indígena” da mobilização.
A Folha afirmou que eles têm feito “roda de música e churrasco” e que o governo do Distrito Federal tem os ajudado a seguir regras sanitárias.
O líder indígena rebate a informação:
“Toda a organização sanitária foi Planejada por nós, indígenas! O governo do DF em nada contribuiu além de questionar nossos instrumentos sagrados e tentar impedir a mobilização”.
Ele afirma que o grupo “seguiu a burocracia pesada dos órgãos reguladores” e afirma:
“A Folha tenta tirar todo o protagonismo indígena em organizar e tenta passar ao governo fascista do DF”.
“O apoio de médicos, estudantes e voluntários tudo isso foi articulado por nós”, completa.
O Correio Braziliense, por sua vez, disse que a Secretária de Saúde do estado “instalou um ponto para apoio próximo ao acampamento”.
Bruno nega a publicação e diz que os manifestantes fizeram relatórios para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI):
“Ficávamos até 00:00 tendo que fazer relatórios para a SESAI por que queriam fechar a tenda e respondemos todos. Estávamos seguindo todos os protocolos sanitários, o que impediu a secretária de saúde e a SESAI de fechar a mobilização”.
Para o líder indígena, os jornais prestam desserviço:
“É horrível isso que esses jornais fazem! Estamos lidando com uma mobilização que desrespeito a nossa vida e esses jornais tentam enfiar um churrasco no meio como se estivéssemos numa festa. Isso é vil e de irresponsabilidade imensa desses jornais”.
Bruno alega que as matérias fazem a sociedade “continuar desinformada” sobre a seriedade da luta indígena.
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