Por que Lira está com medo que STF acabe com o Orçamento Secreto

Atualizado em 9 de novembro de 2021 às 15:34
Lira explicações
Lira terá que dar muitas explicações para sua base de apoio no Congresso

Arthur Lira e lideranças do governo Bolsonaro estão com medo com a possível decisão do STF de impor transparência e publicidade no Orçamento Secreto. O que faria o orçamento deixar de ser secreto, é óbvio. O pavor do presidente da Câmara e do Palácio do Planalto é que ocorra uma “guerra” entre parlamentares.

Conforme apurou o DCM, se o Congresso tiver que justificar cada emenda de relator, todos saberão quanto cada parlamentar recebeu. Então vai ficar explícito que teve deputado que recebeu muito mais do que colega de mesmo partido e da base aliada que são da mesma região.

Isso vai trazer questionamentos como “Qual o motivo dele ganhar muito mais do que eu?”. Consequentemente, poderá criar um racha na base do governo, emperrando pautas de interesse do presidente Bolsonaro. Fora que há chance de mexer com as negociações eleitorais de 2022.

“Isso vai dar muita dor de cabeça para o Lira. Provavelmente, ele perderá muitos aliados e ficará mal visto por diversas pessoas. Não é para menos, né? A emenda do relator sempre existiu, mas o Lira passou um pouco do ponto. Esqueceu que agora estamos na era digital”, pontuou um deputado do Centrão.

Leia mais:

1 – Bolsonarista leva chuva de pipoca e latinhas em sessão lotada do filme Marighella

2 – Como Lula quer transformar o Senado em 2022

3 – Presidente da Petrobras é convocado pelo Senado para explicar altos preços dos combustíveis

Lira ficou insatisfeito com reunião com Fux

Conforme o DCM noticiou ontem, Lira saiu frustrado da reunião com Fux. Ele tinha muita confiança que o presidente do STF conseguiria reverter a decisão de Rosa Weber.

Porém, Fux escutou os argumentos do presidente da Câmara em silêncio. Depois, declarou que iria se posicionar sobre o assunto apenas no plenário. Ele não queria interferir nas decisões do colega.

Lira entendeu que o comportamento do ministro era um indicativo que a decisão de Rosa Weber iria prevalecer.