O incômodo de parte do PT com indicação de Geraldo Alckmin para vice de Lula não se dá pelo fato do ex-governador ser empecilho para qualquer política emanada da agremiação. Ao longo de 13 anos, as gestões petistas nunca colocaram em xeque algum pilar do neoliberalismo. As políticas monetária e fiscal de FHC foram mantidas (câmbio flutuante, altos superávits primários e sobrevalorização cambial) e nenhuma privatização foi sequer ameaçada.
O forte dinamismo do setor externo entre 2006-10, possibilitado pela alta das commodities, garantiu excedentes que resultaram em boas iniciativas na área social e algum ativismo estatal (em especial nas lei de partilha no petróleo, na de conteúdo nacional e na mudança no perfil da dívida pública). Essas três políticas, juntamente com a lei do salário mínimo e a política externa dos dois governos Lula, formam o ponto alto das administrações do período e não são pouca coisa.
O que incomoda parte do petismo é que a aliança com Alckmin joga por terra o bordão de que as gestões tucanas e petistas seriam distintas entre si. Na essência não foram.
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Os anos Lula colocaram conteúdo social no projeto neoliberal, mas não ultrapassaram seus marcos. A Carta aos Brasileiros (2002) foi integralmente cumprida, até com certo exagero. O ajuste fiscal de Dilma II, por exemplo, foi muito mais draconiano do que os de FHC. Basta checar os indicadores de PIB, emprego e renda para confirmar.
Repito: há diferenças entre os governos PSDB-PT, mas elas dizem respeito a lateralidades e não à essência do modelo. A aliança Lula-Alckmin confirma tais constatações.
Dito isso, é preciso repetir: as duas lideranças situam-se no campo democrático. A aliança é absolutamente essencial para nos tirar do pântano mortal do combo Faria Lima+milícias+forças armadas+ pastores picaretas+lumpesinato político.
O resto é marola.
Gilberto Maringoni
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